12.04.2013 Views

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

partir <strong>da</strong> reinterpretação do conceito de dominação cultural, no âmbito <strong>da</strong>s<br />

<strong>pesquisa</strong>s sobre audiência, telenovelas, fluxos <strong>da</strong> informação. O conceito<br />

de resistência tão caro aos historiadores e antropólogos, nos anos 1990,<br />

transformou-se no âmbito <strong>da</strong> comunicação nos estudos que incluíam o<br />

público como ator multifacetado e ativo dos processos de comunicação.<br />

Não precisamos mais ter <strong>medo</strong> do contágio...<br />

Chegamos ao século XXI convencidos de que a Comunicação é o<br />

campo mais importante dos estudos <strong>da</strong> chama<strong>da</strong> área <strong>da</strong>s humani<strong>da</strong>des.<br />

Por outro lado, a clareza do nosso objeto, de nossas <strong>tem</strong>áticas e de nos-<br />

sos problemas de <strong>pesquisa</strong> permite-nos aproximar dos chamados “bons<br />

vizinhos <strong>da</strong> comunicação”. Defini<strong>da</strong> a nossa fatia, no bolo <strong>da</strong> ciência,<br />

delimitado o nosso universo de <strong>pesquisa</strong> e conhecimento, não há mais<br />

por que nos afastarmos de outros campos de saberes.<br />

Por outro lado, a emergência de um mundo no qual as referências se<br />

mesclam em busca de uma melhor compreensão dos fenômenos sociais,<br />

torna anacrônico o discurso que postula um lugar próprio sem contami-<br />

nação ou contágio de outras áreas teóricas. Por tudo isso, ca<strong>da</strong> vez mais<br />

se clama por inter, multi, transdisciplinari<strong>da</strong>de.<br />

Num outro texto de diagnóstico do chamado campo <strong>da</strong> comunica-<br />

ção, explicava, já no início dos anos 2000, que a extensão ilimita<strong>da</strong> dos<br />

fenômenos associados à palavra comunicação; se por um lado, desquali-<br />

ficava a ideia de disciplinari<strong>da</strong>de, por outro, aproximava os paradigmas do<br />

campo <strong>da</strong> comunicação de outros saberes, que se formaram na confluên-<br />

cia de “novas abor<strong>da</strong>gens, novos métodos e novos objetos”, utilizando-se,<br />

aqui, a tríade clássica para os historiadores, proposta na obra organiza<strong>da</strong><br />

por Jacques Le Goff no início dos anos 1970 (BARBOSA, 2000).<br />

Naquele momento, enfatizava que essa constatação não desqualifi-<br />

cava a comunicação como lugar de constituição de um saber próprio,<br />

mas estava apenas enfatizando a necessi<strong>da</strong>de de se construir este lugar,<br />

86 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!