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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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Há mais de 30 anos, ele foi o responsável decisivo por to<strong>da</strong> a institu-<br />

cionalização <strong>da</strong> área. Por isso, quando, hoje, vejo <strong>pesquisa</strong>dores que mal<br />

saíram dos bancos do doutorado, espécies de arrivistas que querem o<br />

reconhecimento, sem trilhar a trajetória necessária a todo percurso do re-<br />

conhecimento, ousando criticar o Professor José Marque de Melo, que é<br />

responsável pela institucionalização de nossa área, vejo o quanto a falta de<br />

uma visão que reconheça o passado, como lugar fun<strong>da</strong>dor, produz desvios<br />

que qualifico, por uma questão de educação, como desvios “de caminho”.<br />

A natureza presentista dos estudos de comunicação nos leva, também,<br />

a esquecer, muitas vezes, a historici<strong>da</strong>de dos processos de constituição<br />

do próprio campo e reinventar teorias e reflexões que já estavam postas<br />

à mesa há muitas déca<strong>da</strong>s. O fato de começarmos, muitas vezes, de um<br />

novo marco zero, a ca<strong>da</strong> dia, também trouxe (e traz) enormes dificul<strong>da</strong>des.<br />

Durante muitos anos, clamamos pela juventude <strong>da</strong> comunicação.<br />

Hoje, esse clamor não só não é mais possível, como parece algo anacrô-<br />

nico. A comunicação não é uma área jovem, não é um campo em forma-<br />

ção: é uma área constituí<strong>da</strong>, há déca<strong>da</strong>s, com milhares de <strong>pesquisa</strong>dores,<br />

com mais de 40 programas de pós-graduação em to<strong>da</strong>s as regiões do<br />

país, realizando <strong>pesquisa</strong>s fun<strong>da</strong>mentais para refletir sobre o mundo em<br />

que vivemos.<br />

Hoje, não <strong>tem</strong>os dúvi<strong>da</strong> de que as reflexões se direcionam para duas<br />

grandes questões que funcionam como espécies de balizas teóricas: estu-<br />

<strong>da</strong>mos processos e sis<strong>tem</strong>as comunicacionais. Processos que se materia-<br />

lizam nas análises <strong>da</strong>quilo que emana, sob os mais variados aspectos, dos<br />

meios de comunicação: sejam seus discursos, suas práticas, sua dimensão<br />

institucional, sua dimensão pragmática ou dos atores nas dinâmicas <strong>da</strong><br />

comunicação. Estu<strong>da</strong>mos, também, os múltiplos sis<strong>tem</strong>as de comunica-<br />

ção que dialogam com as práticas em nosso cotidiano. Esses sis<strong>tem</strong>as<br />

podem ser pensados, tal como fez Barbero (2004, p. 230), como um mapa<br />

que se movimenta sobre dois eixos: um histórico de longa duração, ten-<br />

sionado entre as Matrizes Culturais e os Formatos Industriais – e outro<br />

sincrônico, <strong>da</strong>ndo conta <strong>da</strong>s Lógicas de Produção em sua relação com o<br />

Pesquisa <strong>empírica</strong> e o campo aca<strong>da</strong>mêmico <strong>da</strong> comunicação • 81

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