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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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de comunicação, que procuram se emancipar, mantendo corresponden-<br />

tes no exterior. O autor acompanha as transformações <strong>da</strong>s oficinas de<br />

impressão, as modificações nas funções dos jornalistas e dos operários<br />

<strong>da</strong> imprensa, o avanço na importância <strong>da</strong> reportagem, a impressionante<br />

uniformi<strong>da</strong>de de posições, o alheamento em relação à cultura nacional e<br />

o processo de alienação em relação à reali<strong>da</strong>de social brasileira, em curso<br />

nessa grande imprensa.<br />

Nosso historiador não deixa de mencionar, contudo, que a própria<br />

dialética desse processo gera um extraordinário esforço contrário que se<br />

manifesta no aparecimento de centenas de jornais novos e pequenos,<br />

que procuram preencher o vazio estabelecido pela grande imprensa em<br />

relação ao que é nacional e democrático, numa tentativa de retratar o<br />

Brasil real em sua imensa diversi<strong>da</strong>de e seus enormes problemas. Essa<br />

apresentação resume, portanto, o pensamento de Nelson Werneck Sodré<br />

sobre a imprensa e os meios de comunicação, no Brasil, nos últimos anos<br />

de sua vi<strong>da</strong>, situando a História <strong>da</strong> Imprensa no Brasil em relação ao con-<br />

texto <strong>da</strong> época em que ocorreu esse último lançamento. Nelson Werneck<br />

Sodré não pode acompanhar os desdobramentos desse processo dialético<br />

e suas consequências para as enormes transformações introduzi<strong>da</strong>s pela<br />

participação do público nas novas relações teci<strong>da</strong>s nas socie<strong>da</strong>des em<br />

rede, mas essas se inserem no processo de formação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de de<br />

comunicação, cujos alicerces ele desven<strong>da</strong> nessa obra e em sua Síntese Da<br />

História Da Cultura Brasileira.<br />

É por isso que, desde 2008, ao assumir as funções de curadora de sua<br />

obra e presidente do Instituto Superior de Estudos Brasileiros – Nel-<br />

son Werneck Sodré (ISEB-NWS), venho me preocupando em ligar os<br />

passos <strong>da</strong>dos por esse jornalista e historiador à caminha<strong>da</strong> atual dos que<br />

refle<strong>tem</strong> sobre a nova imprensa e a comunicação, tentando mostrar que<br />

estes não podem prescindir de sua visão dialética de nosso processo his-<br />

tórico nessa área, de sua perspectiva histórica sobre a imprensa, de seus<br />

estudos sobre as bases <strong>da</strong> nova comunicação de massa e de suas reflexões<br />

sobre o desenvolvimento <strong>da</strong>s novas tecnologias para a comunicação e a<br />

524 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

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