12.04.2013 Views

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

as demais microcomuni<strong>da</strong>des universitárias e, também, negligenciam a<br />

transferência do conhecimento produzido pelas nossas equipes de pesqui-<br />

sa para o mundo real <strong>da</strong> comunicação, ou seja, as empresas, o governo e as<br />

organizações comunitárias. Essa atitude de incomunicação cognitiva pode<br />

gerar efeitos perversos para o “futuro” <strong>da</strong>s nossas ativi<strong>da</strong>des, em decorrência<br />

do poder de persuasão difusa que tais instâncias possuem na alocação de re-<br />

cursos públicos para aplicação no desenvolvimento científico e tecnológico.<br />

Finalmente, convém refletir sobre a anotação contundente de Her-<br />

bst, ou seja, seu <strong>tem</strong>or de que a on<strong>da</strong> “pós-disciplinar” possa conduzir a<br />

comuni<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s ciências <strong>da</strong> comunicação ao descompromisso com as<br />

nossas raízes intelectuais, os nossos marcos epis<strong>tem</strong>ológicos e as nossas<br />

responsabili<strong>da</strong>des sociais, apostando na “geleia geral” do saber liberado<br />

<strong>da</strong> avaliação de resultados ou investindo no fortalecimento de estruturas<br />

corporativas maneja<strong>da</strong>s por lideranças que se impõem pelo “poder” de co-<br />

ação institucional, o que pode conduzir ao “vale tudo” do conflito ocultado.<br />

Felizmente, a comuni<strong>da</strong>de brasileira <strong>da</strong> área, prevenindo-se contra<br />

esse tipo de contingência, está buscando formas de organização acadê-<br />

mica que reconheçam a nossa complexi<strong>da</strong>de e possam vislumbrar estra-<br />

tégias de sobrevivência através do diálogo e <strong>da</strong> parceria, seja entre disci-<br />

plinas, seja entre campos sociais, seja entre instâncias decisórias.<br />

Esse é o papel que vem, no último quinquênio, desempenhando a<br />

Federação Brasileira <strong>da</strong>s Socie<strong>da</strong>des Científicas e <strong>da</strong>s Associações Aca-<br />

dêmicas de Comunicação – SOCICOM –, contando com a adesão de<br />

15 enti<strong>da</strong>des representativas <strong>da</strong>s macrocomuni<strong>da</strong>des (holísticas) ou <strong>da</strong>s<br />

microcomuni<strong>da</strong>des (segmenta<strong>da</strong>s).<br />

A iniciativa de publicar, anualmente, o Panorama <strong>da</strong> Comunicação e<br />

<strong>da</strong>s Telecomunicações no Brasil, em convênio com o IPEA – Instituto de<br />

Pesquisa Econômica Aplica<strong>da</strong> – constitui indício de que o inventário<br />

cognitivo, aqui esboçado, terá continui<strong>da</strong>de e aperfeiçoamento. O segun-<br />

do volume <strong>da</strong> referi<strong>da</strong> trilogia contém o perfil histórico de ca<strong>da</strong> associa-<br />

ção. Na ver<strong>da</strong>de, é um roteiro implícito para guiar o trabalho dos pes-<br />

quisadores motivados a preencher as lacunas deste modesto inventário.<br />

Pesquisa <strong>empírica</strong> e o campo aca<strong>da</strong>mêmico <strong>da</strong> comunicação • 51

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!