12.04.2013 Views

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

no Brasil 2 , é um excelente exemplo de integração entre a teoria e a práxis.<br />

Esse livro será tomado como importante exemplo <strong>da</strong> intensa paixão do<br />

autor pela imprensa, de sua criativa utilização <strong>da</strong> teoria marxista, de seu<br />

desejo pelo conhecimento <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de social com base nas informações<br />

e tes<strong>tem</strong>unhos <strong>da</strong> imprensa, assim como seu empenho sis<strong>tem</strong>ático em<br />

<strong>pesquisa</strong>r suas fontes e, a partir delas, realizar a coleta de <strong>da</strong>dos para suas<br />

<strong>pesquisa</strong>s. Procurarei mostrar que essa integração ocorre não só em sua<br />

<strong>pesquisa</strong> <strong>da</strong> área <strong>da</strong> imprensa; mas, também, nas outras varia<strong>da</strong>s áreas de<br />

suas <strong>pesquisa</strong>s e se aprofun<strong>da</strong> ao longo de seu percurso intelectual.<br />

Nelson Werneck Sodré <strong>pesquisa</strong>va diariamente a imprensa. Costu-<br />

mava ler diversos jornais, abrindo-os como se fossem grandes livros e<br />

lendo-os com enorme atenção. Em segui<strong>da</strong>, ele recortava com método e<br />

precisão algumas partes dos jornais que lia, dobrando-os e guar<strong>da</strong>ndo os<br />

recortes com grande cui<strong>da</strong>do em caixas ou fichários sobre os quais colava<br />

etiquetas que classificavam esses recortes por época e assunto. Essa era<br />

uma forma dele <strong>pesquisa</strong>r, organizando, sis<strong>tem</strong>aticamente, os <strong>tem</strong>as <strong>da</strong><br />

atuali<strong>da</strong>de para consultas posteriores, quando se propunha a escrever so-<br />

bre os assuntos registrados nesses arquivos ou, quando queria relacionar<br />

esse material com outros <strong>da</strong>dos históricos. Desse modo, o material por<br />

ele coletado nos diferentes periódicos era organizado, analisado e expli-<br />

cado à luz de sua perspectiva marxista numa visão integra<strong>da</strong> de sua práxis<br />

e de sua teoria de <strong>pesquisa</strong>.<br />

Ao longo dos trintas anos, durante os quais realizou sua <strong>pesquisa</strong><br />

para compor sua História <strong>da</strong> Imprensa no Brasil, ele foi reunindo in-<br />

formações e tes<strong>tem</strong>unhos diversos sobre esse <strong>tem</strong>a. Fazia isso também<br />

em relação a outros <strong>tem</strong>as, interessando-se sempre pelo que as pessoas<br />

diziam e pensavam a respeito de ca<strong>da</strong> assunto e fazendo um registro<br />

dessas informações para poder, posteriormente, compará-las e tirar suas<br />

2. Nelson Werneck Sodré. História <strong>da</strong> Imprensa no Brasil, São Paulo;Porto Ale-<br />

gre.<strong>Intercom</strong>;Edipucrs, 2011.<br />

504 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!