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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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Sintoma desse engajamento contextual mostra-se evidente nos con-<br />

teúdos <strong>da</strong>s publicações <strong>da</strong> autoria de sócios que formam a vanguar<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

emergente associação: Carlos Eduardo Lins <strong>da</strong> Silva mostra-se desafia-<br />

do pela “crise ambiental” (1978), Lucia Santaella está atenta ao papel <strong>da</strong><br />

“ideologia” na produção de linguagem (1980), Luiz Beltrão dedica-se<br />

a mapear a “comunicação dos marginalizados” (1980), Albino Rubim<br />

advoga a centrali<strong>da</strong>de do “capitalismo” no entendimento histórico <strong>da</strong><br />

comunicação, Ciro Marcondes denuncia o “discurso sufocado” (1982),<br />

enquanto Regina Festa dedica-se ao fortalecimento <strong>da</strong> “imprensa alter-<br />

nativa” (1986), Maria Immacolata V. Lopes <strong>pesquisa</strong> o “rádio dos pobres”<br />

(1988) e Luiz Fernando Santoro produz “vídeo popular” (1989).<br />

Maria Immacolata Lopes (1990) legitimou e sis<strong>tem</strong>atizou esse tipo<br />

de análise, inserindo a <strong>pesquisa</strong> em comunicação no contexto do desen-<br />

volvimento do mercado cultural, no Brasil, ou seja, compreendendo a<br />

<strong>pesquisa</strong> acadêmica no quadro do desenvolvimento econômico do país,<br />

base estratégica do sis<strong>tem</strong>a cultural hegemônico.<br />

Na passagem do século, as mu<strong>da</strong>nças significativas que ocorreram no<br />

cenário internacional, com o fim <strong>da</strong> guerra fria, transparecem a “centrali-<br />

<strong>da</strong>de” <strong>da</strong> comunicação na socie<strong>da</strong>de do futuro.<br />

Frente aos desafios emergentes, há os que explicitam perplexi<strong>da</strong>de em<br />

relação à “força transformadora” <strong>da</strong> “era pós-moderna”, como demonstra-<br />

ram Monica Rector e Eduardo Neiva (1997), ou os que denotam espe-<br />

rança na “metamorfose <strong>da</strong> ideologia”, alavancando uma “socie<strong>da</strong>de civil<br />

mundial”, de acordo com as ideias reuni<strong>da</strong>s por Ladislaw Dowbor (200).<br />

No ambiente pluralista, sempre cultivado pela INTERCOM, fru-<br />

tificam abor<strong>da</strong>gens instigantes, num espectro que vai do “pragmatismo<br />

utópico” (2004), inventariado por Marques de Melo & Gobbi, à consta-<br />

tação feita por Lucia Santaella (2005) sobre a difícil convergência entre<br />

as “comunicações e as artes”, motivando a in<strong>da</strong>gação de Cosette Castro:<br />

“por que os reality shows conquistam audiências?” (2006).<br />

Enquanto Marialva Barbosa (2007) defende a alternativa contextual,<br />

estabelecendo conexões entre memória e narrativa, no percurso do olhar<br />

Pesquisa <strong>empírica</strong> e o campo aca<strong>da</strong>mêmico <strong>da</strong> comunicação • 49

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