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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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do historiador pernambucano Pereira <strong>da</strong> Costa (1851-1923).<br />

Na Introdução à primeira edição de sua obra sobre o escravo, nos<br />

anúncios de jornais (Recife, 1961), ele se limita a registrar essa metodo-<br />

logia como “uma contribuição originalmente brasileira para as Ciências<br />

do Homem” .<br />

Mas, na introdução à 3ª. edição (São Paulo, 1979), quando o campo<br />

acadêmico <strong>da</strong> comunicação estava amadurecendo, ele amplia seu signi-<br />

ficado, declarando que se trata de “sis<strong>tem</strong>ática científica”, denomina<strong>da</strong><br />

de Anunciologia. Atribuindo a McLuhan a paterni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> nova discipli-<br />

na, inicia<strong>da</strong> com a publicação do seu livro The Mechanical Bride (1951),<br />

Freyre, na ver<strong>da</strong>de, polemiza sobre o estatuto disciplinar <strong>da</strong> comunicação,<br />

pelo viés historiográfico.<br />

Através do ensaio “A imprensa como objeto de estudo científico<br />

no Brasil: as contribuições de Gilberto Freyre e Luiz Beltrão”, capítulo<br />

do livro Estudos de Jornalismo Comparado (São Paulo, Pioneira, 1972),<br />

José Marques de Melo reconhece o protagonismo de Gilberto Freyre,<br />

enaltecendo seu papel no âmbito <strong>da</strong>s ciências humanas, mas destacando<br />

o pioneirismo de Luiz Beltrão, no segmento do Jornalismo.<br />

Na mesma conjuntura, Eduardo Portela (1970), Samuel Pfromm<br />

Neto (1972), Gabriel Cohn (1973), Egon Schaden (1974) e Decio Pig-<br />

natari (1974) sugerem, respectivamente, as ligações históricas <strong>da</strong> Comu-<br />

nicação com disciplinas como a Literatura, a Psicologia, a Sociologia, a<br />

Antropologia e a Semiótica, <strong>da</strong> mesma forma que Virgilio Noya Pinto<br />

sugerira seus liames com a própria História (1967), reiterados <strong>tem</strong>pos<br />

depois, no quadro <strong>da</strong> cultura brasileira (1986). Igual iniciativa tomou,<br />

bem mais tarde, Samuel Pfromm Neto (1998), para reivindicar a estreita<br />

ligação <strong>da</strong> Comunicação com a Educação.<br />

Sem perder de perspectiva os laços exógenos com o arcabouço teó-<br />

rico <strong>da</strong>s ciências humanas, os estudiosos <strong>da</strong> comunicação não deixaram<br />

de fortalecer suas vinculações endógenas, atrela<strong>da</strong>s ao pragmatismo do<br />

mundo profissional. O balanço histórico desse conjunto de disciplinas<br />

orgânicas, coordenado por Marques de Melo (1983), documentando a<br />

46 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

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