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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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Até o fim <strong>da</strong> primeira metade do século XX, o que vemos é a<br />

proliferação de Escolas de Jornalismo, tanto mundialmente como<br />

no Brasil. Ain<strong>da</strong> associado à arte literária e ao alto nível de leitura,<br />

o Jornalismo se constituía como uma ativi<strong>da</strong>de informativa muito<br />

restrita a um segmento <strong>da</strong> população que possuía domínio <strong>da</strong>s letras,<br />

ou seja, as elites (MARQUES DE MELO, 2008b).<br />

É a partir dos impactos sociais de outras mídias além <strong>da</strong> impres-<br />

sa, como o rádio, a televisão, a propagan<strong>da</strong>, dentre outras, que as<br />

universi<strong>da</strong>des começam a criar cursos voltados também para essas<br />

“subáreas <strong>da</strong> Comunicação”, ou, como se convencionou denominar<br />

no âmbito acadêmico brasileiro, “habilitações <strong>da</strong> Comunicação”. A<br />

separação <strong>da</strong> Comunicação em habilitações é uma herança norte-<br />

-americana (ALBA; BUENAVENTURA, 1997 apud MARQUES<br />

DE MELO, 2003), basea<strong>da</strong> nas profissões legalmente aceitas e re-<br />

gulamenta<strong>da</strong>s (MARQUES DE MELO, 2003).<br />

As Diretrizes Curriculares para a Área de Comunicação Social<br />

(2001) em vigor, atualmente, no Brasil preveem seis habilitações <strong>da</strong><br />

Comunicação ( Jornalismo, Publici<strong>da</strong>de e Propagan<strong>da</strong>, Relações Pú-<br />

blicas, Cinema – também chama<strong>da</strong> de Cinema e Vídeo –, Radialis-<br />

mo – também conheci<strong>da</strong> como Rádio e TV – e Editoração), mas o<br />

texto deixa aberta a possibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> criação de outras.<br />

Inicialmente, como os cursos de Comunicação foram criados<br />

para formar o contingente de trabalhadores de comunicação que<br />

o mercado midiático necessitava, a formação universitária, na área,<br />

enraizou um caráter pragmático de influência norte-americana que,<br />

ain<strong>da</strong> hoje, marca muito os cursos no Brasil. Contudo, como res-<br />

salva Marques de Melo, “a nossa vanguar<strong>da</strong> manteve-se sintoniza<strong>da</strong><br />

não apenas com os modelos norte-americanos, mas também acom-<br />

panhou o desenvolvimento dos padrões europeus do ensino de jor-<br />

nalismo” (MARQUES DE MELO, 2008b, p. 17), que, lembremos,<br />

possuía uma prática mais academicista. Em outras palavras, para<br />

além <strong>da</strong> característica puramente prática do ensino de técnicas, as<br />

440 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

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