12.04.2013 Views

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

se baseia em um falso paradigma, já que informação e opinião são supor-<br />

tes implicitamente presentes nos discursos jornalísticos. (CHAPARRO,<br />

1998, p.100). A partir desse paradigma, Chaparro relaciona o jornalismo<br />

a duas ações básicas: relatar e comentar, e propõe uma classificação base-<br />

a<strong>da</strong> em dois gêneros: comentário (espécies argumentativas – artigo, crô-<br />

nica, cartas e coluna; e espécies gráfico-artísticas –caricaturas e charges)<br />

e relato (espécies narrativas – reportagens, notícias, entrevista, coluna e<br />

espécies práticas – roteiros, previsão do <strong>tem</strong>po, indicadores, agen<strong>da</strong>men-<br />

tos, cartas-consulta e orientações úteis).<br />

Mesmo considerando a utili<strong>da</strong>de prática dessas classificações – em<br />

particular nos estudos sobre o jornalismo, elas ignoram outras possibili<strong>da</strong>-<br />

des de classificação por gênero a partir de diferentes <strong>tem</strong>áticas ou assuntos.<br />

Tendo como base o estilo do texto e a natureza do <strong>tem</strong>a e/ou assuntos,<br />

e as articulações interculturais do texto, podemos também classificar os<br />

gêneros a partir <strong>da</strong> tipologia (tipos de conteúdo), segundo estratégias dis-<br />

cursivas direciona<strong>da</strong>s a grupos de receptores específicos. Enquadram-se,<br />

nessa classificação, as classificações do jornalismo esportivo, jornalismo fe-<br />

minino, o jornalismo literário, o jornalismo cultural e muitos outros. Nesse<br />

modelo de classificação não predomina a análise/classificação a partir <strong>da</strong><br />

“intenção do autor”, mas a efetiva realização de estratégias discursivas esta-<br />

tutariamente defini<strong>da</strong>s por meio de um ‘contrato de leitura’ de modelos de<br />

conteúdos e estilos previamente aceitos pelo emissor e receptor.<br />

Considerando, ain<strong>da</strong>, a tipologia do material jornalístico, é possível<br />

separar a informação nova ou inédita – notícia, a informação curiosa ou<br />

de “interesse humano” (os fait-divers), o jornalismo de serviço e as maté-<br />

rias de repercussão ou suítes (TEMER: 2002).<br />

Enquanto ‘Tipo Ideal’, os gêneros podem ser compreendidos por meio<br />

<strong>da</strong> análise dos seus elementos estáveis ou definidores. No entanto, nos ve-<br />

ículos mediáticos existe uma busca constante para conquistar e manter<br />

a fideli<strong>da</strong>de do seu público, constan<strong>tem</strong>ente ameaçado pela concorrência<br />

que implica, também, em uma constante inclusão de elementos novos.<br />

Ao incorporar elementos novos, o gênero se afasta do “Tipo Ideal”<br />

A Pesquisa Empírica Aplica<strong>da</strong>: Métodos, desafios institucionais, • 427<br />

meios de comunicação, educação e interfaces • 427

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!