12.04.2013 Views

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

dos gêneros, vemos que os estilos individuais – ou o enunciado – obede-<br />

cem a normas implícitas de narrativas ou modelos de narrativas. Alguns<br />

gêneros oferecem mais liber<strong>da</strong>des do que outros para a construção de um<br />

estilo individual, mas mesmo os gêneros mais rígidos deixam espaço para<br />

a definição de diferentes articulações de linguagem.<br />

Classificações dos gêneros no jornalismo brasileiro<br />

No Brasil, sabe-se que a primeira classificação de gêneros foi pro-<br />

posta por Luiz Beltrão (1967), no final dos anos 60, sobre o jornalismo<br />

impresso. Esse autor realiza uma divisão funcionalista dos gêneros no<br />

jornalismo, pela qual é dividi<strong>da</strong> em três categorias: Informativa, Inter-<br />

pretativa e Opinativa.<br />

Na classificação proposta por Luiz Beltrão, o Jornalismo Informativo<br />

inclui como formatos a Notícia, Reportagem, História de interesse huma-<br />

no e Informação pela imagem; enquanto o Jornalismo Opinativo inclui o<br />

Editorial, Artigo, Crônica, Opinião ilustra<strong>da</strong>, Opinião do leitor; e o Jor-<br />

nalismo Interpretativo inclui a Reportagem em profundi<strong>da</strong>de. Utilizado<br />

como referência nos dias atuais, Beltrão influenciou <strong>pesquisa</strong>dores como<br />

Marques de Melo, que elabora diferentes tabelas de gêneros e formatos<br />

(1972,1985, 2003, 2007, 2010), sendo que a última inclui, além do infor-<br />

mativo, opinativo e interpretativo, o jornalismo utilitário e diversional.<br />

As classificações propostas por Beltrão e Melo são basea<strong>da</strong>s princi-<br />

palmente na intencionali<strong>da</strong>de (ou disposição psicológica) do emissor/<br />

autor, na natureza estrutural do texto e nos modos de escrita (no estilo do<br />

texto), na natureza do <strong>tem</strong>a e/ou assuntos abor<strong>da</strong>dos e nas articulações<br />

culturais do texto com o veículo mediático no qual ele se expressam.<br />

Mas, autores diferentes classificam os gêneros a partir de diferentes<br />

perspectivas. Chaparro apresenta uma classificação dos gêneros (1998),<br />

que os compara, no Brasil e Portugal, e questiona a divisão dos gêneros<br />

basea<strong>da</strong> na separação de informação e opinião. Para o autor, essa divisão<br />

426 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!