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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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de suas características básicas, de acordo com os interesses do <strong>pesquisa</strong>-<br />

dor ou com o ambiente histórico vigente. Dessa forma, o Tipo Ideal “Tem<br />

antes o significado de um conceito-limite, puramente ideal, em relação<br />

ao qual se mede a reali<strong>da</strong>de, a fim de esclarecer o conteúdo empírico de<br />

alguns dos seus elementos importantes, e com o qual esta é compara<strong>da</strong>.”<br />

(WEBER, 2001, p.140).<br />

A utilização do tipo ideal ocorre de forma exemplar na História:<br />

quando os historiadores definem todo um período histórico complexo e<br />

longo, como feu<strong>da</strong>lismo, eles criam um ‘Tipo Ideal’. Ou seja, as caracterís-<br />

ticas que o termo feu<strong>da</strong>lismo engloba não representam to<strong>da</strong>s as combina-<br />

ções e variantes que, efetivamente, ocorreram nesse período. Nesse sen-<br />

tido, é possível que as características próprias que associamos ao termo<br />

nem tenham acontecido efetivamente em conjunto em algum lugar. No<br />

entanto, quando pensamos nesse período, imediatamente o associamos<br />

às características presentes no ‘Tipo Ideal’ que define o feu<strong>da</strong>lismo.<br />

Essa relação se aplica a vários termos que as ciências sociais neces-<br />

sitam utilizar, tais como feu<strong>da</strong>lismo, cristianismo, capitalismo, burguesia<br />

etc. O ‘Tipo Ideal’, portanto, é a síntese do conjunto de características<br />

considera<strong>da</strong>s pertinentes por esses historiadores, em seu contexto e de<br />

acordo com suas prerrogativas de <strong>pesquisa</strong>.<br />

Ou seja, são tipos exemplares que – seguindo nosso exemplo<br />

– contêm aquilo que o cristianismo deveria ser, segundo<br />

o ponto de vista do cientista; aquilo que, em sua opinião, é<br />

‘essencial’ nesta religião, porque representa um valor perma-<br />

nente para ele. (WEBER, 2001, p. 143)<br />

É importante ressaltar que o ‘Tipo Ideal’ não reapresenta com um<br />

modelo ideal, um “tipo a ser seguido” ou “o que deveria ser”. O termo<br />

ideal não comporta, aqui, julgamento de valores, mas antes se trata de um<br />

arquétipo com um significado não normativo, como um “conceito puro”<br />

ou imaginado.<br />

A Pesquisa Empírica Aplica<strong>da</strong>: Métodos, desafios institucionais, • 423<br />

meios de comunicação, educação e interfaces • 423

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