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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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gêneros, na mídia, acontece tanto externamente – novos gêneros, gêneros<br />

mistos surgem e desaparecem – quanto internamente, com mu<strong>da</strong>nças no<br />

conteúdo e a<strong>da</strong>ptações que respondem às necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> recepção cotidia-<br />

na e às necessi<strong>da</strong>des do mercado.<br />

Como na literatura, em que os gêneros refle<strong>tem</strong> um momento <strong>da</strong><br />

socie<strong>da</strong>de, também nas mídias, os gêneros sofrem modificações. Fiske<br />

entende que “os gêneros são populares, quando suas convenções têm uma<br />

relação próxima <strong>da</strong> ideologia dominante do momento” (FISKE, 1990,<br />

p.111). Os gêneros se definem em um conjunto de características, de for-<br />

matos e regras de construção, produção e recepção. A dinâmica dos gê-<br />

neros nos meios massivos, entretanto, não deve ser interpreta<strong>da</strong> do mes-<br />

mo modo que, na cultura culta, ou seja, a partir <strong>da</strong> ruptura e transgressão.<br />

Muito pelo contrário, deve ser vista como inerente ao próprio sis<strong>tem</strong>a<br />

produtivo, que se transforma internamente e externamente, atravessado<br />

pela intertextuali<strong>da</strong>de dos outros meios e pela dinâmica <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de em<br />

que está inserido.<br />

A dinâmica dos gêneros nos media é também um mecanismo geral<br />

de intertextuali<strong>da</strong>de que atravessa o sis<strong>tem</strong>a, característica <strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

especifici<strong>da</strong>de medialógica (o rádio se parece com a TV e o jornal com<br />

a revista), o que faz com que ca<strong>da</strong> meio de comunicação possa experi-<br />

mentar, receber e manifestar formas expressivas típicas de outros meios<br />

(WOLF, 1986).<br />

Tipo ideal: um recorte teórico<br />

Weber utiliza o conceito de tipo ideal de um instrumento teórico e<br />

abstrato para a construção de hipóteses nas ciências sociais. Trata-se, em<br />

sua essência, de um conceito-contraste, criado previamente pelo pesqui-<br />

sador com inferências gerais e a partir do qual se pode medir a reali<strong>da</strong>de<br />

efetiva. O tipo ideal é mais do que uma representação ou descrição dos<br />

fatos sociais: trata-se de um esforço teórico que reduz os fatos a algumas<br />

422 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

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