12.04.2013 Views

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

do método, é necessário que a totali<strong>da</strong>de de conteúdo analisado com<br />

relação a to<strong>da</strong>s as agrupamentos (categorias, gêneros e/ou formatos) sig-<br />

nificativos. O ponto central do método está na quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> definição<br />

dos conceitos, categorias, tipos, gêneros ou formatos, ou qualquer outra<br />

denominação adota<strong>da</strong> para qualificar, selecionar e mensurar o conteúdo<br />

<strong>da</strong> comunicação.<br />

A efetiva realização de uma Análise de Conteúdo pauta-se pela cons-<br />

tituição de um corpus de <strong>pesquisa</strong>, ou amostragem, que respei<strong>tem</strong> conco-<br />

mitan<strong>tem</strong>ente a exaustivi<strong>da</strong>de, delimitando critérios que devem abran-<br />

ger, indistintamente, to<strong>da</strong>s as possibili<strong>da</strong>des de variação em um período<br />

determinado; e a representativi<strong>da</strong>de, ampla o suficiente para garantir a<br />

presença <strong>da</strong>s variáveis possíveis; e a homogenei<strong>da</strong>de, considerando a si-<br />

milari<strong>da</strong>de dos veículos analisados.<br />

Berelson (1952) destaca que a análise de conteúdo não possui qua-<br />

li<strong>da</strong>des mágicas, e que na<strong>da</strong> substitui as ideias brilhantes (In BARDIN,<br />

1988, p.20). Os <strong>pesquisa</strong>dores que utilizam o método com bons resul-<br />

tados têm procurado superar a ênfase <strong>da</strong><strong>da</strong> ao aspecto quantitativo do<br />

método, indo além <strong>da</strong>s respostas meramente descritivas, não deixando<br />

de lado a inferência sobre os <strong>da</strong>dos reproduzíveis e válidos que podem se<br />

aplicar a seu contexto. (KRIPPENDORFF, 1990, p. 29)<br />

A inferência é uma operação lógica que analisa os índices postos em<br />

evidência pelos <strong>da</strong>dos numéricos para, a partir desses <strong>da</strong>dos, deduzir no-<br />

vos conhecimentos sobre os emissores e suas intenções e quaisquer ou-<br />

tros aspectos relevantes, eventualmente, fazendo a projeção <strong>da</strong> evolução<br />

destes <strong>da</strong>dos ou configurado possibili<strong>da</strong>des. A inferência dá ao <strong>pesquisa</strong>-<br />

dor as condições para “evidenciar o sentido que se encontra em segundo<br />

plano” (FONSECA JÚNIOR In DUARTE, 2006, p. 299), permitindo<br />

a análise <strong>da</strong> articulação do sentido do texto e <strong>da</strong>s condições de produção<br />

<strong>da</strong> mensagem.<br />

Embora a empatia com os números não tenha desaparecido, o uso <strong>da</strong><br />

inferência permite que a Análise de Conteúdo seja uma metodologia e<br />

uma técnica híbri<strong>da</strong>, que deve ser trabalha<strong>da</strong> como elo o formalismo es-<br />

414 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!