12.04.2013 Views

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Contribuição relevante foi adiciona<strong>da</strong> por Luis Costa Lima (1969),<br />

quando publicou na revista Tempo Brasileiro eluci<strong>da</strong>tivo ensaio, no qual<br />

oferece uma leitura brasileira, historicizando, criticamente, as teorias so-<br />

bre comunicação e cultura de massas em circulação no meio acadêmico.<br />

Tal esforço interdisciplinar suscitou o interesse de outros <strong>pesquisa</strong>dores,<br />

que ampliaram a visão ecumênica de Costa Lima. Ecléa Bosi (1972) dis-<br />

cutiu as relações entre comunicação, cultura de massa e cultura popular.<br />

Samuel Pfromm Neto (1976) documentou as fontes psicope<strong>da</strong>gógicas que<br />

nutrem a <strong>pesquisa</strong> brasileira. Enquanto Renato Ortiz (1988) desentranha<br />

as ideias que embasaram nossa “indústria cultural”, ensejando a “moderna<br />

tradição brasileira”, Lucia Santaella (1992) resgata as fontes de inspiração<br />

semiótica que podem iluminar o caminho dos estudiosos <strong>da</strong> nossa “cul-<br />

tura <strong>da</strong>s mídias”. To<strong>da</strong>s essas correntes intelectuais mereceriam cui<strong>da</strong>dosa<br />

revisão de Francisco Rudiger (2002), na tentativa de discernir a “trajetória<br />

histórica” <strong>da</strong> nossa <strong>pesquisa</strong> em comunicação como “ciência social crítica”.<br />

Quais os projetos intelectuais hegemônicos e as tendências obser-<br />

va<strong>da</strong>s no país ? José Marques de Melo procurou responder a essa ques-<br />

tão no ensaio “Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Comunicação: as experiências brasileiras”,<br />

em capítulo do livro Contribuições para uma Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Comunicação<br />

(1974), no qual destaca projetos intelectuais em processo de maturação<br />

no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Porto Alegre e Recife.<br />

Mais tarde, Marques de Melo (2003, 2004, 2008, 2010) faria um<br />

balanço do pensamento comunicacional brasileiro, seja em suas conexões<br />

com outros espaços geopolíticos, seja cruzando os caminhos com outras<br />

áreas do conhecimento humanístico.<br />

Uma <strong>da</strong>s mais recentes contribuições para mapear intelectualmente<br />

esse campo de trabalho provém dos historiadores Ana Paula Goulart Ri-<br />

beiro e Michael Herschmann, organizadores <strong>da</strong> coletânea Comunicação e<br />

História (Rio de Janeiro, Mauad, 2008). Fazendo uma análise pluridiscipli-<br />

nar, a obra amplia o objeto de estudo além <strong>da</strong>s fronteiras entre os dois seg-<br />

mentos claramente enunciados para incluir enfoques de disciplinas conexas.<br />

40 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!