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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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Algumas áreas são marca<strong>da</strong>s e cerca<strong>da</strong>s, claramente delimita<strong>da</strong>s.<br />

Algumas vezes, essas áreas são até mesmo mais severamente<br />

restritas. Outras áreas do “campo”, entretanto, estão abertas,<br />

como um convite a todos aqueles que quiserem explorá-las,<br />

mapeá-las e medi-las. Estas áreas, é claro, não estão abertas<br />

sem os riscos inerentes. Aqueles que aí se aventurarem devem<br />

se defrontar com pântanos ou brejos, atolando-se em questões<br />

sem resposta. Mas outras áreas são bem defini<strong>da</strong>s, cultiva<strong>da</strong>s,<br />

planta<strong>da</strong>s e fertiliza<strong>da</strong>s (NEWCOMB, 2001, p. 76).<br />

Nesse sentido, os desafios propostos para que a comunicação possa se<br />

consoli<strong>da</strong>r enquanto uma ciência, com método e metodologia própria é<br />

praticamente impossível. O conceito de comunicação perpassa o simples<br />

entendimento sobre suas fronteiras. É um diálogo e como tal interage,<br />

utiliza, reage e aproveita concepções e definições de outras ciências já con-<br />

soli<strong>da</strong><strong>da</strong>s. Estamos classificados dentro <strong>da</strong> grande área de Ciências Sociais<br />

Aplica<strong>da</strong>s e, dessa forma, não é possível conceber que seja possível estu<strong>da</strong>r<br />

os processos comunicativos, em sua multiplici<strong>da</strong>de de variáveis somente<br />

na perspectiva teórica. É necessário atravessar a fronteira <strong>da</strong> especulação e<br />

constar in loco as aplicações possíveis para os resultados alcançados.<br />

Se por um lado a comunicação busca empréstimos para consoli<strong>da</strong>r os<br />

desenhos teórico-práticos, por outro Miquel de Moragas SPA (1981, p.<br />

12-28) afirma que esses estudos não proporcionam uma reflexão sobre os<br />

problemas epis<strong>tem</strong>ológicos <strong>da</strong> área. Para ele, a <strong>pesquisa</strong> em comunicação<br />

não pode ser trata<strong>da</strong> de forma separa<strong>da</strong> <strong>da</strong> própria evolução científica e<br />

dos caminhos traçados nas ciências sociais em geral (sociologia, psicolo-<br />

gia, economia política, antropologia social etc). Mais que uma ciência, a<br />

comunicação é um processo que aparece “tanto nos níveis cognoscitivos<br />

do indivíduo como em sua ação social” 17 . Em suma, para Moragas SPA<br />

(1981), os estudos comunicativos são uma reunião de distintas disciplinas<br />

17. Tradução nossa.<br />

398 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

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