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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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os resultados ofereçam o ferramental necessário para permitir o diálogo<br />

entre as partes envolvi<strong>da</strong>s, produzir conhecimento, alinhavar possibili<strong>da</strong>-<br />

de e permitir mu<strong>da</strong>nças. Assim, conhecer as múltiplas reali<strong>da</strong>des, os su-<br />

jeitos envolvidos e suas culturas, através <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>, é antes um<br />

ato de “conviver [com-vivem], isto é, ao estarem um-com-o-outro podem,<br />

juntos, in<strong>da</strong>gar; problematizar; educar; <strong>pesquisa</strong>r; conhecer; re-educar e<br />

transformar” (MEKSENAS, 2011, web). Assim, de fato, estaremos pro-<br />

duzindo ciência.<br />

De qual ciência estamos falando, mesmo?<br />

Uma <strong>da</strong>s maiores dificul<strong>da</strong>des enfrenta<strong>da</strong>s por <strong>pesquisa</strong>dores <strong>da</strong>s co-<br />

municações de massa é constatar se as abor<strong>da</strong>gens de seus estudos podem<br />

ser trata<strong>da</strong>s sob a perspectiva de ciência ou de um conjunto de diferentes<br />

ciências, afirma Lozano Redón (1996). Na ver<strong>da</strong>de, a grande questão ca-<br />

minha no sentido de desven<strong>da</strong>r se a comunicação <strong>tem</strong> um objeto próprio<br />

ou, como pergunta Redón, trata-se de um fenômeno <strong>da</strong>s ciências sociais 16 .<br />

Se, como afirma Bourdieu (1983, p. 84), um campo científico pode ser<br />

definido como um conjunto de métodos, estratégias e objetos legítimos de<br />

discussão e, em ca<strong>da</strong> um desses elementos, são diversos os procedimentos<br />

capazes de contribuir para sua fragmentação ou sua consoli<strong>da</strong>ção. Então,<br />

podemos afirmar que <strong>tem</strong>os, no campo <strong>da</strong> Comunicação, uma varie<strong>da</strong>de<br />

16. “Podemos afirmar que exis<strong>tem</strong> duas correntes neste sentido. A primeira afir-<br />

ma que a comunicação é factível e desejável. Esses <strong>pesquisa</strong>dores estão ancorados<br />

em correntes positivistas, oriun<strong>da</strong>s principalmente dos Estados Unidos. Outros,<br />

com enfoques mais críticos, fruto de correntes européias, afirmam ser a comu-<br />

nicação um processo tão amplo e complexo que requer uma abor<strong>da</strong>gem inter-<br />

disciplinar, tratando-se, portanto, de um processo social”. (LOZANO REDÓN,<br />

1996, p. 21). Tradução nossa.<br />

396 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

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