12.04.2013 Views

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Porém, não se pode esquecer de que, nesse “meio”, há sujeitos que<br />

<strong>pesquisa</strong>m, objetos e outros sujeitos que são <strong>pesquisa</strong>dos. Para compre-<br />

ender essa dimensão, é necessário voltar a Paulo Freire e seus ensinamen-<br />

tos sobre a questão <strong>da</strong> empiria. Como afirma MEKSENAS (2011, web),<br />

as “metodologias <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong> implicam em refletir acerca <strong>da</strong><br />

relação que se estabelece entre o sujeito e o objeto <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong>, superando<br />

a noção comum do sujeito-que-<strong>pesquisa</strong>, atuando sobre os sujeitos-que-<br />

-são-<strong>pesquisa</strong>dos, de modo unilateral e vertical”. Para ele, é fun<strong>da</strong>mental<br />

retomar as interações entre os diversos grupos, nos quais a horizontali<strong>da</strong>-<br />

de <strong>da</strong> relação deve prevalecer sobre o processo. Isso permitirá o respeito<br />

<strong>da</strong>s diferenças culturais e, principalmente, produzirá uma diversi<strong>da</strong>de de<br />

conhecimento capaz de atender múltiplas deman<strong>da</strong>s.<br />

Paulo Freire, afirma que,<br />

a <strong>pesquisa</strong>, como ato de conhecimento, <strong>tem</strong> como sujeitos<br />

cognoscentes, de um lado, os <strong>pesquisa</strong>dores profissionais; de<br />

outro, os grupos populares e, como objeto a ser desvelado, a<br />

reali<strong>da</strong>de concreta. Quanto mais, em tal forma de conceber<br />

e praticar a <strong>pesquisa</strong>, os grupos populares vão aprofun<strong>da</strong>ndo<br />

como sujeitos, o ato de conhecimento de si em suas relações<br />

com a sua reali<strong>da</strong>de, tanto mais vão podendo superar ou vão<br />

superando o conhecimento anterior em seus aspectos mais<br />

ingênuos. Voltando à área para pôr em prática os resultados<br />

<strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong> não estou somente educando ou sendo educado:<br />

estou <strong>pesquisa</strong>ndo outra vez. (1983, p. 36).<br />

A prática <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong> “deve aparecer como preocupação maior”, po-<br />

rém, é fun<strong>da</strong>mental entender que “a prática não se restringe à aplicação<br />

<strong>da</strong> teoria”, mas a possibili<strong>da</strong>de de desenvolver resultados críticos, que<br />

manifes<strong>tem</strong> e respei<strong>tem</strong> as diferenças, mas e, principalmente, que seja<br />

ético enquanto processo (teórico e prático). Não se pode fazer <strong>pesquisa</strong><br />

somente primando pela quali<strong>da</strong>de formal, mas nos procedimento (mé-<br />

todo, metodologia, sujeitos – <strong>pesquisa</strong>dor e <strong>pesquisa</strong>do), de forma que<br />

A Pesquisa Empírica Aplica<strong>da</strong>: Métodos, desafios institucionais, • 395<br />

meios de comunicação, educação e interfaces • 395

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!