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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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Fun<strong>da</strong>mentado nas descobertas de Galileu, Bacon, Descartes<br />

e Newton, o paradigma tradicional baseava-se no conhecimento<br />

“objetivo” obtido pela experimentação e na observação<br />

controla<strong>da</strong>, buscando o critério de ver<strong>da</strong>de na experimentação<br />

(sensação) e na lógica ma<strong>tem</strong>ática (razão), o que<br />

deu origem a duas correntes filosóficas importantes: o racionalismo<br />

e o empirismo. Foi o período do primado <strong>da</strong> razão,<br />

onde a essência do ser estava na razão e, através <strong>da</strong> racionali<strong>da</strong>de,<br />

atingia-se a ver<strong>da</strong>de e solucionavam-se os problemas.<br />

Acreditava-se que todo pensamento lógico era ver<strong>da</strong>deiro.<br />

Era um mundo pentassensorial limitado pelos cinco sentidos,<br />

que podia ser cheirado, ouvido, degustado, palpado ou visto<br />

e a partir do qual se podia manipular e controlar as coisas.<br />

To<strong>da</strong> a ver<strong>da</strong>de, segundo esse paradigma, existia fora do sujeito,<br />

dependendo do conhecimento exterior, captado pelos<br />

órgãos dos sentidos. De acordo com esse modelo, dividir era<br />

necessário, e o pensamento caminhava do mais simples para<br />

o mais complexo. Mente e matéria eram duas coisas fun<strong>da</strong>mentalmente<br />

distintas e separa<strong>da</strong>s, sendo a primeira mais<br />

importante do que a segun<strong>da</strong>. O mundo era uma máquina<br />

perfeita que poderia ser descrita objetivamente, independente<br />

do observador humano, e os efeitos dependiam de suas<br />

causas 8 . (MORAES, 1996, p. 59)<br />

No entanto, essa visão provocou como constata Maria Cândi<strong>da</strong><br />

(1996, p. 59), a fragmentação de nosso pensamento. “Instalou a compe-<br />

tição pela vi<strong>da</strong> e a ‘crença no progresso material ilimitado a ser alcançado<br />

através do crescimento econômico e tecnológico’, presentes no mundo<br />

globalizado, em que o mercado impõe suas regras conforme ditames pu-<br />

ramente econômicos e materialistas”.<br />

O caminho <strong>da</strong> ‘evolução’ e <strong>da</strong>s revoluções científicas, também, nos<br />

ofertou, como afirma Andra<strong>da</strong> (2007), o método reducionista, trazendo<br />

8. Em Aberto, Brasília, ano 16, n.70, abr./jun.1996, p. 59<br />

384 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

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