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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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Francis Bacon (autor do primeiro esboço racional de uma metodolo-<br />

gia científica), fun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong> ciência moderna, exaltava o método científico<br />

como um conjunto de regras essenciais de procedimentos para produzir<br />

conhecimento.<br />

Por outro lado, foi por Descartes (1596 – 1650), que nasceu a pro-<br />

posição de ciência prática e não especulativa, fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> na criação<br />

de um “bom método”. Este deveria ser universal e amparado pelo ri-<br />

gor ma<strong>tem</strong>ático, com fun<strong>da</strong>mentos racionalistas. Tinha como máxima<br />

jamais acreditar em na<strong>da</strong> que não tivesse maneiras de ser comprovado e,<br />

consequen<strong>tem</strong>ente, todo o conhecimento sujeito a controvérsias deveria<br />

ser eliminado. Abrolha o Método Cartesiano (1637), no qual a dúvi<strong>da</strong> é<br />

o primeiro passo para se chegar ao conhecimento.<br />

O filósofo Descartes foi um revolucionário. Sua proposição colocava<br />

em xeque os princípios de que todo o conhecimento advinha <strong>da</strong> Igreja.<br />

Ele enxergou que havia diferenças culturais e de costumes e que essas<br />

provocavam altercações nos conceitos de ver<strong>da</strong>de ou não. Para ele, essas<br />

influências (culturas e costumes) deveriam ser elimina<strong>da</strong>s, criando a ideia<br />

de que só se pode dizer que existe algo à medi<strong>da</strong> que se possa provar sua<br />

existência (“cogito ergo sum, penso logo existo”). Em outras palavras, tudo<br />

podia ser quantificado. A ciência (enquanto conhecimento), que tinha<br />

as quali<strong>da</strong>des <strong>da</strong> dúvi<strong>da</strong>, passa, especialmente, a partir do século XVII,<br />

a ser mensurável, dividindo a reali<strong>da</strong>de em “res conngitas (consciência e<br />

mente) e res extensa (corpo e matéria)”. Era a lógica e a razão que defi-<br />

niam a criação do universo como um perfeito mecanismo. Tudo podia<br />

ser explicado pela dúvi<strong>da</strong> metódica e não com pressupostos de certezas 6 .<br />

Era a fun<strong>da</strong>mentação <strong>da</strong> razão para a compreensão do homem e <strong>da</strong> na-<br />

tureza, entendi<strong>da</strong> como se governa<strong>da</strong> e explica<strong>da</strong> somente por leis [...]<br />

ma<strong>tem</strong>áticas e físicas. (ANDRADA, 2007, p. 10)<br />

6. O Pensamento Cartesiano, publicado 27/04/2008 por Robson Stigar em<br />

http://www.webartigos.com, acesso em junho de 2011.<br />

382 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

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