12.04.2013 Views

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

históricos para o nascimento do saber francês. A gênese do “objeto” é<br />

atribuí<strong>da</strong> a Etienne de la Boétie (1550), em sua digressão sobre a “ser-<br />

vidão voluntária”, enquanto o mérito de deslanchar o “campo” é credita-<br />

do a D´Alembert (1751), inaugurando a taxonomia <strong>da</strong> comunicação, ao<br />

escrever o “discurso preliminar” <strong>da</strong> “enciclopédia ou dicionário racional<br />

<strong>da</strong>s ciências, <strong>da</strong>s artes e dos ofícios”, bem como a Jean-Jacques Rosseau<br />

(1762), desbravando a “pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> comunicação”, nas reflexões intitu-<br />

la<strong>da</strong>s “Emile ou sobre a educação”<br />

Quando se dá o início do pensamento francês sobre a comunicação<br />

de massa, segmento cognitivo que Régis Debray rotulou como “midio-<br />

logia”? Jean Cazeneuve (1982) indica Serge Tchakotine como seu artí-<br />

fice, ao publicar, em 1939, seu tratado sobre a “mistificação <strong>da</strong>s massas<br />

pela propagan<strong>da</strong> política”. Por sua vez, Jerome Bourdon (2000) atribui<br />

essa glória a Gabriel Tarde, que percebe com lucidez o papel catalisador<br />

de jornal diário na formação <strong>da</strong> opinião pública, pautando as conversa-<br />

ções domésticas. Mas, Robert Chesnais (2001) prefere recuar no <strong>tem</strong>po,<br />

apontando Condorcet (1792) como seu desbravador, na reflexão sobre<br />

a doutrina <strong>da</strong> “propagan<strong>da</strong>” erigi<strong>da</strong> pela Igreja Católica, ao justificar a<br />

criação <strong>da</strong> Congregação Propagan<strong>da</strong> Fide, potencializando o proselitis-<br />

mo evangélico através <strong>da</strong> imprensa.<br />

Contudo, Franciss Balle (1997) reivindica o patronato dos modernos<br />

estudos franceses <strong>da</strong> comunicação para Fernand Terrou, ao abrir-lhes as<br />

portas <strong>da</strong> universi<strong>da</strong>de, através do Instituto Francês de Imprensa, fun-<br />

<strong>da</strong>do em 1937 na Sorbonne. Ali, forma-se a vanguar<strong>da</strong> con<strong>tem</strong>porânea<br />

<strong>da</strong>s “ciências <strong>da</strong> informação e <strong>da</strong> comunicação”, cuja liderança intelec-<br />

tual é exerci<strong>da</strong> por Jacques Kayser, o iniciador dos estudos de imprensa<br />

compara<strong>da</strong>, e a figura-chave <strong>da</strong> UNESCO para a constituição <strong>da</strong> nossa<br />

comuni<strong>da</strong>de acadêmica internacional.<br />

Papel semelhante ao exercido por Terrou, nos anos 30, abrindo pica-<br />

<strong>da</strong>s para o estudo científico <strong>da</strong> imprensa, que seria desempenhado, nos<br />

anos 70, por Robert Escarpit, a quem as autori<strong>da</strong>des educacionais fran-<br />

cesas confiaram o planejamento do novo campo de estudos. Seu livro<br />

Pesquisa <strong>empírica</strong> e o campo aca<strong>da</strong>mêmico <strong>da</strong> comunicação • 33

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!