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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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O estudo empírico dos gêneros jornalísticos é praticamente residual<br />

em Portugal (1% dos casos), pelo menos tendo a amostra em considera-<br />

ção. Não se registraram, na amostra, casos de recurso à <strong>pesquisa</strong>-ação e<br />

à sociografia, o que pode significar que os <strong>pesquisa</strong>dores portugueses em<br />

jornalismo ou não os dominam ou não estão convencidos <strong>da</strong> sua utili<strong>da</strong>-<br />

de no campo <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong> em jornalismo.<br />

Considerações finais<br />

Considerando que o objetivo principal desta <strong>pesquisa</strong> foi apurar qual<br />

o peso <strong>da</strong> investigação <strong>empírica</strong> entre as <strong>pesquisa</strong>s em jornalismo desen-<br />

volvi<strong>da</strong>s em Portugal, pode responder-se, com segurança, que os pesqui-<br />

sadores portugueses em jornalismo não são avessos à <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>,<br />

pois empregam métodos empíricos na maioria dos seus trabalhos. Essa<br />

situação contrapõe-se àquela que se verificou até 1974 (cf. SOUSA, co-<br />

ord., et al, 2010). Se até esse ano a <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong> era meramente re-<br />

sidual, na produção intelectual portuguesa, sobre jornalismo, desde aí até<br />

à actuali<strong>da</strong>de, tornou-se predominante, possivelmente porque a introdu-<br />

ção do ensino do Jornalismo, nas universi<strong>da</strong>des, ao nível <strong>da</strong> graduação e<br />

<strong>da</strong> pós-graduação, permitiu a criação de uma comuni<strong>da</strong>de portuguesa de<br />

<strong>pesquisa</strong>dores em jornalismo que orientou a sua investigação para a re-<br />

solução de problemas científicos que implicam o recurso a métodos em-<br />

píricos, sendo de destacar a investigação sobre os discursos jornalísticos.<br />

Entre os métodos empíricos, a preferência dos <strong>pesquisa</strong>dores portu-<br />

gueses em jornalismo vai para a análise do discurso e para a análise de<br />

conteúdo, tal como ocorre, aliás, no Brasil (HOHLFELDT e STRE-<br />

LOW, 2008, p. 386-387). A hipótese levanta<strong>da</strong> é a de que esses métodos<br />

foram os preferidos por causa <strong>da</strong> natureza do próprio jornalismo que<br />

é, em si mesmo, uma <strong>da</strong>s mais relevantes ativi<strong>da</strong>des de produção social<br />

de discursos sobre a reali<strong>da</strong>de atual (ou sobre reali<strong>da</strong>des históricas, mas<br />

desde uma perspectiva atual). Investigação posterior poderá, de qualquer<br />

A Pesquisa Empírica como instrumento de • 319<br />

comunicação científica • 319

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