12.04.2013 Views

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

traduzir, pois os fatos reais, embora extralinguísticos, podem ser alvo de<br />

tradução linguística. Há ver<strong>da</strong>de no discurso científico sempre que<br />

existe evidência e prova suficientes para fazer uma afirmação cien-<br />

tífica e sempre que o novo conhecimento produzido, eventualmente<br />

expresso como lei ou teoria, resista às tentativas de refutação e não se<br />

observem fenômenos que o contrariem ou transgri<strong>da</strong>m (POPPER,<br />

1975, p. 41-50). A atitude do cientista <strong>tem</strong> de ser, assim, antidogmá-<br />

tica, até porque, tal como sustenta Popper (1975, p. 41-50), o cientista<br />

deve procurar testar as hipóteses que contradizem as teorias científi-<br />

cas, para as tentar refutar. Uma teoria científica só é aceite (aceita?)<br />

enquanto conhecimento universal e objetivo apenas e se, sendo refu-<br />

tável, não for refuta<strong>da</strong>.<br />

Os passos que, numa <strong>pesquisa</strong> científica, dão-se para se atingirem<br />

resultados podem ser designados por métodos. Um método, etimologi-<br />

camente, significa segundo um caminho. A palavra provém <strong>da</strong> junção <strong>da</strong>s<br />

palavras gregas meta (que significa além ou segundo) e odos (caminho). A<br />

ciência <strong>tem</strong> um método geral, justamente designado método científico. É<br />

um método em quatro etapas (ou três, caso não se considere a conclu-<br />

são): parte-se <strong>da</strong> observação <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de; colocam-se hipóteses a partir<br />

dessa observação; testam-se as hipóteses; e conclui-se. A conclusão rea-<br />

limenta a observação. Daí que se fale de processo científico, até porque, na<br />

ver<strong>da</strong>de, a obtenção de conhecimento científico nunca está concluí<strong>da</strong>.<br />

Ca<strong>da</strong> etapa de uma <strong>pesquisa</strong> também pode ser vista como um mé-<br />

todo particular, como um “caminho que é seguido”. À semelhança do<br />

caminhante, um trajeto metodológico de um <strong>pesquisa</strong>dor, desde a ob-<br />

servação à conclusão, pode integrar várias etapas, ou vários caminhos<br />

interligados. Ca<strong>da</strong> caminho – ou método – leva o <strong>pesquisa</strong>dor de um<br />

determinado ponto a outro ao longo desse trajeto. O termo de um ca-<br />

minho pode ser apenas o começo de outro durante o mesmo trajeto. Ou<br />

seja, por outras palavras, tal como num trajeto, ou numa viagem, podem-<br />

-se percorrer vários caminhos interligados, também numa <strong>pesquisa</strong> se<br />

podem interligar vários métodos. Portanto, grosso modo, neste trabalho,<br />

A Pesquisa Empírica como instrumento de • 309<br />

comunicação científica • 309

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!