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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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ção que escreveu para a edição reimpressa de Bias of Communication, em<br />

1964. 29 Ele estabeleceu seus primeiros comentários sobre Innis, enfatizando<br />

como as mídias podiam ser vistas como uma nova forma de matéria-prima<br />

e como a tecnologia teve um efeito decisivo na transformação cultural<br />

bem como psíquica. Como observou o autor canadense:<br />

“sugiro que Innis fez a... transição <strong>da</strong> história <strong>da</strong>s matérias-primas<br />

para a história dos meios de comunicação de maneira muito natural. As<br />

mídias são os principais recursos, assim como as matérias-primas econô-<br />

micas. Com efeito, sem as ferrovias, as matérias-primas de trigo e ma-<br />

deira dificilmente poderiam ter existido. Sem a imprensa e as revistas, a<br />

polpa de madeira não poderia existir como uma matéria-prima. 30<br />

Essa declaração resumiu a estratégia de McLuhan de se basear na<br />

reputação considerável de Innis como um teórico <strong>da</strong>s matérias-primas<br />

para tomar de empréstimo credibili<strong>da</strong>de para sua própria abor<strong>da</strong>gem –<br />

que se estabeleceu a partir do modo como as tecnologias midiáticas ma-<br />

nifestaram os efeitos em virtude de suas proprie<strong>da</strong>des inerentes. Embora<br />

isso tenha permitido a McLuhan ressuscitar Innis como uma figura pio-<br />

neira dos estudos midiáticos, veio em detrimento de deixar sua própria<br />

marca no legado innisiano para a <strong>pesquisa</strong> em comunicação. O resultado<br />

foi a tendência comum de ver os dois pensadores como uma amálgama,<br />

como o núcleo do que veio a ser chamado de Escola de Comunicação<br />

de Toronto. Ca<strong>da</strong> vez mais, Innis foi considerado como uma espécie de<br />

precursor de McLuhan, senão um associado. Como escreve Marchand,<br />

– ao considerar a afirmação de McLuhan de que seu livro Gutenberg<br />

Galaxy foi apenas uma nota de ro<strong>da</strong>pé a Innis – “se Innis for lido no<br />

29. Innis, Bias of Communication, 1964.<br />

30. McLuhan. Introdução a Innis, Bias of Communication, 1964, xv.<br />

272 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

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