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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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cópias. Tratava-se, sobretudo, de cartas administrativas e estratégicas,<br />

mas podiam ser mais pessoais ou de fofocas, se Innis fosse íntimo do<br />

correspondente. Raramente ele descrevia suas ideias em detalhes, nas<br />

cartas, preferindo, eviden<strong>tem</strong>ente, discutir seus pensamentos com os in-<br />

terlocutores.<br />

Apesar de Innis ter deixado uma considerável quanti<strong>da</strong>de de comu-<br />

nicações, ela foi amplamente ignora<strong>da</strong>. Discutivelmente, isso poderia ser<br />

atribuído não apenas ao modo como seus escritos sobre comunicação<br />

foram tratados, após sua morte, mas à ausência de preocupação com o<br />

desenvolvimento <strong>da</strong> comunicação como um campo e sua ênfase na teoria<br />

e na prática <strong>da</strong> orali<strong>da</strong>de, que o obcecou durante a última déca<strong>da</strong> de vi<strong>da</strong>.<br />

McLuhan, por outro lado, estava muito mais disposto a desenvolver<br />

a comunicação como um campo. Sua disposição em usar a textuali<strong>da</strong>de<br />

para construir comuni<strong>da</strong>des e sua preocupação em desenvolver formas<br />

institucionais inovadoras, tornou possível o auxílio externo e a reunião<br />

dessas comuni<strong>da</strong>des em um seminário experimental. Isso estava em linha<br />

com a intenção <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Ford em desafiar estruturas universitárias<br />

convencionais e desenvolver novos modelos. Mais importante, isso foi<br />

a base do Seminário <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Ford e resultou na possibili<strong>da</strong>de de<br />

McLuhan criar uma reputação como uma <strong>da</strong>s principais autori<strong>da</strong>des em<br />

comunicação no fim dos anos 1950.<br />

Distinguindo Innis de McLuhan: conhecendo o “Innis<br />

desconhecido”<br />

O fato de que Innis e McLuhan sejam, frequen<strong>tem</strong>ente, mencionados<br />

juntos não é casual; é uma consequência do longo esforço de McLuhan<br />

para obter credibili<strong>da</strong>de para sua própria obra. Com efeito, foi apenas<br />

em virtude <strong>da</strong> reputação de McLuhan que a obra Innis sobre comunica-<br />

ção foi republica<strong>da</strong> nos anos 1960 e 1970. É evidente que esses escritos<br />

foram muito influenciados pela interpretação de McLuhan, na introdu-<br />

Conhecimento empírico crítico: extensões de • 271<br />

McLuhan na comunicação • 271

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