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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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expandir seu círculo e, para isso, escrevia às pessoas (com mais frequ-<br />

ência, os ricos, famosos ou poderosos) com quem ele pensava ter alguma<br />

afini<strong>da</strong>de. Essas pessoas iam de Buckminster Fuller a Ann Landres e Pier-<br />

re Trudeau.<br />

Ele, também, usava suas cartas como plataforma para as ideias emer-<br />

gentes. Com efeito, em muitas ocasiões, ele escreveu, basicamente, a<br />

mesma carta e a enviou a pessoas diferentes em intervalos distintos. Em<br />

poucas ocasiões, institucionalizou essa prática, como no projeto de “rede”,<br />

no início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> e seu projeto de final dos anos 1960. A tendência a<br />

se engajar numa correspondência desse tipo estava, discutivelmente, as-<br />

socia<strong>da</strong> aos projetos morais, como, por exemplo, combater o declínio <strong>da</strong><br />

masculini<strong>da</strong>de e a ascensão do homossexualismo, a ativi<strong>da</strong>de furtiva de<br />

socie<strong>da</strong>des secretas, como a maçonaria, e o secularismo excessivo. 28<br />

Innis, em comparação, não usava suas cartas dessa maneira. Embora<br />

fosse um correspondente prodigioso, a maior parte dessa correspondên-<br />

cia parece ter sido esboça<strong>da</strong>, rapi<strong>da</strong>mente, com pouca reflexão sobre seu<br />

lugar na formação de uma rede mais ampla. Elas eram, em sua maioria,<br />

escritas à mão em folhas de blocos altamente perecíveis e não tinham<br />

28. Como ele observou, em carta de 1946 ao padre Clement McNaspy do<br />

Assumption College: “devemos enfrentar o secularismo em suas manifesta-<br />

ções mais confiantes (e) despertá-lo de sua confusão, analfabetismo e terrí-<br />

vel desvio de sua lógica. ... A tarefa deve ser conduzi<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> frente – a<br />

partir de ca<strong>da</strong> fase <strong>da</strong> impressão, do lançamento de livros, música, cinema,<br />

educação, economia. Eles podem servir para educar um público imenso –<br />

católico e não-católico – a resistir à rápi<strong>da</strong> obliteração que está ocorrendo”.<br />

(Ibid.,180). Em 1951, ele escreveu em carta para Walter Ong: “No último<br />

ano, estive explorando as relações entre as artes e as Socie<strong>da</strong>des Secretas.<br />

Um negócio terrível. Não sei se você sabe, mas sei que não há um artista vivo<br />

ou crítico de renome que não esteja jogando o jogo deles. Quero dizer, os<br />

rituais e doutrinas como base <strong>da</strong> organização artística”. (Ibid., 237).<br />

270 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

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