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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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com ideias semelhantes. Além disso, nos deixou um rastro impressionante<br />

de textos escritos, cuja forma oral e retórica original apenas pode ser ima-<br />

gina<strong>da</strong>. Sem dúvi<strong>da</strong>, o extenso manuscrito de History of Communications<br />

não resulta de suas apresentações orais. Em virtude do tamanho e <strong>da</strong><br />

inacessibili<strong>da</strong>de, ele estava destinado a não ser publicado nem circular.<br />

O acesso muito limitado significava que ele pouco contribuiu para nossa<br />

compreensão <strong>da</strong> comunicação. De todo modo, não ficou claro se Innis<br />

queria que o trabalho fosse publicado; ele parecia sugerir que ele serviria<br />

mais como um repositório de suas ativi<strong>da</strong>des pe<strong>da</strong>gógicas.<br />

Por sua vez, McLuhan estava muito mais interessado em desenvolver<br />

redes basea<strong>da</strong>s no uso dos textos escritos. Embora seja conhecido por sua<br />

crítica <strong>da</strong> cultura do livro e <strong>da</strong> ‘Era de Gutenberg’, ele tinha consciência<br />

<strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s obras escritas de conectar espaços e criar e promover<br />

a construção de comuni<strong>da</strong>des. Sabe-se, no entanto, que a conversação<br />

era muito importante para McLuhan, mas essas trocas orais eram, com<br />

maior frequência, basea<strong>da</strong>s na textuali<strong>da</strong>de. 26 Em particular, ao longo de<br />

sua carreira, a correspondência escrita desempenhou um papel extrema-<br />

mente importante para McLuhan. Isso fica evidente, quando examina-<br />

mos a impressionante coleção de cartas, publica<strong>da</strong> em 1987. 27 McLuhan<br />

usava as cartas para desenvolver de modo ca<strong>da</strong> vez mais amplo – e cres-<br />

cen<strong>tem</strong>ente cruzado – círculos de amigos e colegas que compartilhavam<br />

seus valores, priori<strong>da</strong>des e preocupações. Ele buscava, continuamente,<br />

26. E, de todo modo, como observa Douglas Coupland, McLuhan pode<br />

ter tido “uma leve condição desinibitória”, o que significava que ele “pensa-<br />

va... a apresentação monológica de seu pensamento como um diálogo. Ao<br />

contrário, a maioria de nós pensa o diálogo como uma via de mão dupla,<br />

que envolve <strong>da</strong>r e receber entre os falantes.” Coupland, Marshall McLuhan<br />

(Toronto: Penguin, 2009).<br />

27. Molinaro, McLuhan, Toye, Letters of Marshall McLuhan, 1987.<br />

Conhecimento empírico crítico: extensões de • 269<br />

McLuhan na comunicação • 269

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