12.04.2013 Views

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

os escritos sobre comunicação, que julgavam ser aberrações perigosas<br />

para a reputação acadêmica de Innis.” 23 Entretanto, o grupo enviou<br />

o manuscrito para publicação pela University of Toronto Press, que<br />

descobriu que ele estava incompleto, precisava de um trabalho edi-<br />

torial e não podia ser categorizado facilmente. Esses juízos foram<br />

obtidos com base em dois relatórios muito negativos de leitores con-<br />

tratados, em 1954-55. Como as publicações de obras sobre comuni-<br />

cação, no Canadá, era virtualmente inexistente antes <strong>da</strong> ascensão de<br />

Marshall McLuhan, nos anos 1960, não surpreende que os leitores<br />

tenham respondido negativamente. Ain<strong>da</strong> assim, deve-se imaginar<br />

quanto esforço foi dedicado às revisões e em que medi<strong>da</strong> o comi-<br />

tê estava comprometido com sua publicação. Como observou S. D.<br />

Clark, um dos membros do comitê, em carta a Mary Quayle Innis,<br />

embora o manuscrito sobre comunicação “aparentasse estar comple-<br />

to, sentia-se que ele [Innis] poderia ter querido revisá-lo e havia<br />

um grande <strong>tem</strong>or, de nossa parte, que a publicação pudesse preju-<br />

dicar sua reputação”. Clark acrescentou pesaroso que “olhando para<br />

trás, não posso ter certeza de que o comitê agiu com sabedoria.” 24<br />

Isso sugere que o comitê acreditava que a publicação de outras obras<br />

sobre comunicação poderiam diminuir a reputação de Innis como<br />

acadêmico. Ou podem ter percebido que faltava o conhecimento ne-<br />

cessário para revisar o manuscrito de modo consistente com os pa-<br />

drões acadêmicos que Innis tinha estabelecido. Como resultado <strong>da</strong>s<br />

decisões do comitê, nem o monumental History of Communications,<br />

23. Brian Shoesmith. “An Introduction to Innis’ ‘History of Communication,”<br />

In I. Angus and B. Shoesmith (Eds.), Dependency/space/policy: A Dialogue with<br />

Harold A. Innis, a special issue of Continuum: The Australian Journal of Media and<br />

Culture 7, 1, 1993: 121-131.<br />

24. Ibid., 126.<br />

Conhecimento empírico crítico: extensões de • 265<br />

McLuhan na comunicação • 265

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!