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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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poucas cópias. 3 No fim dos anos 1950, foi McLuhan e não Innis quem<br />

foi reconhecido como uma <strong>da</strong>s principais forças no âmbito <strong>da</strong> comunica-<br />

ção, que se encontrava no centro de uma rede emergente na área. Embo-<br />

ra não tenha produzido monografias de larga escala e coleções de ensaios<br />

como Innis fez, ele foi capaz de se estabelecer como um especialista em<br />

mídias, invocando, em parte, Innis como um ponto de referência para sua<br />

obra. Mais que simplesmente referir-se à obra de Innis em comunicação<br />

per se, ele enfatizou que sua obra era uma extensão dos escritos antigos<br />

sobre matérias-primas e história econômica, o que ain<strong>da</strong> representou<br />

um considerável capital simbólico e intelectual. Com efeito, ao enfati-<br />

zar a continui<strong>da</strong>de entre o “primeiro” Innis e o Innis “tardio”, McLuhan<br />

o estava defendendo contra quem tinha dificul<strong>da</strong>de em compreender a<br />

vira<strong>da</strong> do estudo <strong>da</strong> história econômica para a comunicação. Essa abor-<br />

<strong>da</strong>gem foi evidente na resenha de McLuhan de Changing Concepts of<br />

Time, de Innis, publicado, postumamente, em 1952. Ele observou que<br />

“[havia] uma grande confusão” entre os colegas de Innis sobre “a razão<br />

[de Innis], um historiador econômico, passar para o estudo <strong>da</strong> cultura<br />

e <strong>da</strong> comunicação.” Baseando-se na afirmação de W. T. Easterbrook de<br />

que a transição de Innis do estudo <strong>da</strong>s matérias-primas para o estudo <strong>da</strong>s<br />

mídias ocorreu devido ao seu interesse na atuação do mecanismo de pre-<br />

ços, McLuhan argumentou que o “preço é uma questão de informação<br />

e comunicação de modo que é natural para alguém que estu<strong>da</strong> os preços<br />

desviar a atenção do fluxo de mercadorias para o fluxo de informação.”<br />

Sem dúvi<strong>da</strong>, McLuhan prontamente reconheceu que a “capaci<strong>da</strong>de [de<br />

Innis] para se comunicar com os leitores parecia tê-lo desertado”, quan-<br />

do se voltou para o “problema <strong>da</strong> comunicação.” Isso se deveu ao fra-<br />

casso do seu “poder retórico e de exposição”; mas, também, podia ser<br />

atribuído à “grande dificul<strong>da</strong>de” do <strong>tem</strong>a com o qual ele estava lutando.<br />

3. Marshall McLuhan. The Mechanical Bride: Folklore of Industrial Man (New<br />

York: Vanguard Press, 1951).<br />

258 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

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