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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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Tal distinção foi, também, endossa<strong>da</strong> por Mattelart e Sieglaub<br />

(1979, p. 12-13). Fun<strong>da</strong>mentados, no escritos econômicos de Karl Marx,<br />

sugerem tal distinção entre as formas pré-capitalistas de transporte dos<br />

bens e dos símbolos (dependentes <strong>da</strong> economia e <strong>da</strong> tecnologia) e os mo-<br />

dos pós-capitalistas de difusão de ideias e do conhecimento (alavancados<br />

pela política e ideologia). Assim sendo, as comunicações têm natureza in-<br />

fraestrutural e a comunicação está situa<strong>da</strong> no patamar <strong>da</strong> superestrutura.<br />

Na socie<strong>da</strong>de con<strong>tem</strong>porânea, torna-se ca<strong>da</strong> vez mais difícil estabe-<br />

lecer os limites entre os dois espaços, motivando comentário identifica-<br />

dor de Armand Mattelart (1995, p. 15). “Objeto continuamente supe-<br />

rado por si mesmo, como todo emblema <strong>da</strong> moderni<strong>da</strong>de, suscita uma<br />

trajetória infinita.” Trata-se, portanto, de um “objeto de estudo volátil,<br />

não estabilizado e dificilmente estabilizável”, cuja alternativa exclusiva é<br />

prosseguir, ir adiante.<br />

A instituição do campo<br />

Nos idos de 60, quando ain<strong>da</strong> estavam em maturação as ideias de<br />

“campo científico” defendi<strong>da</strong>s por Pierre Bourdieu (ORTIZ, 1983) , a<br />

noção de “campo de estudos” já era emprega<strong>da</strong> por Raymond Nixon<br />

(1963, p. 10) e por outros acadêmicos.<br />

Sua definição do campo comunicacional é ampla e eluci<strong>da</strong>tiva.<br />

“Campo latitudinal que cruza as linhas longitudinais de muitas discipli-<br />

nas afins, usando sua metodologia apropria<strong>da</strong> – documentos, son<strong>da</strong>gens,<br />

testes em laboratórios, etc. – sempre que necessária para tratar problemas<br />

específicos. O desempenho funcional do comunicador profissional é o<br />

que confere a esse campo seu caráter distintivo e sua particulari<strong>da</strong>de”.<br />

Nesse sentido, a interdisciplinari<strong>da</strong>de, indispensável ao movimento do<br />

campo, não significa a per<strong>da</strong> de identi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s disciplinas que o compõem,<br />

em se tratando do estudo de objetos particulares, não raro localizados.<br />

Pesquisa <strong>empírica</strong> e o campo aca<strong>da</strong>mêmico <strong>da</strong> comunicação • 23

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