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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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Aqui, é mobiliza<strong>da</strong> uma análise, inicia<strong>da</strong> por Understanding Me-<br />

dia e completa<strong>da</strong> por From Cliché to Archetype (1970), que impede que<br />

McLuhan, ao menos em teoria, recaia numa análise exagera<strong>da</strong>mente de-<br />

terminista. Essa formalização permite, ao contrário, compreender como<br />

as tendências que as mídias favorecem se inver<strong>tem</strong>, quando sua lógica é<br />

leva<strong>da</strong> a extremos, demonstrando que a abor<strong>da</strong>gem mcluhaniana sobre as<br />

mídias, certamente, é determinista, mas não é mecanicamente unívoca.<br />

As críticas a McLuhan<br />

As críticas a McLuhan são frequentes e seria impossível e inútil<br />

tentar analisá-las exaustivamente aqui. Trataremos, brevemente, de al-<br />

gumas, contextualizando-as no quadro <strong>da</strong>s relações de poder, nas quais<br />

elas emergiram. Isso nos servirá de contraponto, quando abor<strong>da</strong>rmos sua<br />

posteri<strong>da</strong>de no tópico seguinte.<br />

Originário <strong>da</strong> crítica literária inglesa e partidário do new criticism,<br />

McLuhan é um outsider no campo <strong>da</strong> comunicação no início dos anos<br />

1960. Ele se encontra numa situação difícil em relação aos paradigmas<br />

dominantes de um âmbito em vista <strong>da</strong> institucionalização. A situação<br />

do new criticism em relação à crítica filológica é semelhante à <strong>da</strong> análise<br />

mcluhaniana <strong>da</strong>s mídias em relação às abor<strong>da</strong>gens sociológicas domi-<br />

nantes (efeitos psicológicos imediatos, propagan<strong>da</strong> ou psicosociologia).<br />

Ao decidir enfatizar as mídias “enquanto mídias”, ele se expõe à crítica<br />

feita ao new criticism em seu próprio espaço de desenvolvimento. Isto<br />

é, ao analisar “o poema como poema”, a crítica literária e o poema se<br />

fecham sobre si mesmos, levando a um sis<strong>tem</strong>a autorreferencial que não<br />

pode senão autoconfirmar-se. O resultado final é uma tautologia que se<br />

autovali<strong>da</strong>. A mesma crítica foi feita a McLuhan em sua abor<strong>da</strong>gem <strong>da</strong>s<br />

mídias “enquanto mídias” e não por acaso.<br />

A crítica mais recorrente feita a McLuhan, provavelmente, está liga<strong>da</strong><br />

à reprovação de uma abor<strong>da</strong>gem determinista <strong>da</strong>s mídias: “Por determi-<br />

Conhecimento empírico crítico: extensões de • 211<br />

McLuhan na comunicação • 211

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