12.04.2013 Views

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

fontes <strong>empírica</strong>s se conver<strong>tem</strong> em instrumentos fun<strong>da</strong>mentais para análise<br />

de tendências e formulação de previsões. Como ensinou Florestan Fer-<br />

nandes (1967, p. 13), “o tratamento analítico dos fenômenos estu<strong>da</strong>dos<br />

alarga o campo de observação, tornando evidentes os aspectos <strong>da</strong> reali-<br />

<strong>da</strong>de social”.<br />

Assim sendo, os historiadores geram fontes basea<strong>da</strong>s na observação<br />

dos fatos, enquanto os historiógrafos se dedicam a conceber fontes am-<br />

para<strong>da</strong>s na análise sis<strong>tem</strong>ática dos fatos conhecidos.<br />

A distinção entre o labor histórico e o historiográfico, no âmbito<br />

comunicacional, fica ain<strong>da</strong> mais níti<strong>da</strong> se atentarmos para a observação<br />

sobre a <strong>pesquisa</strong> social <strong>empírica</strong> feita por Max Horkheimer e Theodor<br />

Adorno (1973, p. 122): “a reflexão crítica sobre os seus princípios” {seara<br />

do historiógrafo} “é tão necessária” (quanto) “o conhecimento profundo dos<br />

seus resultados” {território do historiador}, desde que “conduzi<strong>da</strong> segundo os<br />

seus próprios métodos e de acordo com os modelos característicos do seu<br />

trabalho”.<br />

Ou, como Wright Mills (1972) prefere denominar “empirismo abs-<br />

trato” (p. 59). Numa demonstração cabal de “imaginação sociológica”,<br />

posiciona claramente as ciências sociais na “i<strong>da</strong>de do fato”, de modo “a<br />

perceber, com lucidez, o que está acontecendo no mundo” (p. 11).<br />

A invenção do objeto<br />

Ain<strong>da</strong> que não exista consenso, na academia, sobre a natureza do<br />

objeto <strong>da</strong>s ciências <strong>da</strong> comunicação, o fato é que, há meio século, vem se<br />

estruturando uma comuni<strong>da</strong>de que <strong>pesquisa</strong> os fenômenos comunicacio-<br />

nais. Isso explica porque a identi<strong>da</strong>de do seu objeto cognitivo permanece<br />

na sombra, sem transparência.<br />

Aliás, essa vacilação, aparen<strong>tem</strong>ente terminológica, já era nota<strong>da</strong> pelo pri-<br />

meiro presidente <strong>da</strong> associação mundial dos estudiosos <strong>da</strong> área. (TERROU,<br />

Pesquisa <strong>empírica</strong> e o campo aca<strong>da</strong>mêmico <strong>da</strong> comunicação • 21

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!