12.04.2013 Views

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

poder e na mu<strong>da</strong>nça social que ele desenvolve, sobretudo, em Empire and<br />

Communications, de 1950, e The Bias of Time, de 1951.<br />

A ampliação radical <strong>da</strong> definição de meio que McLuhan opera, pode<br />

ser atribuí<strong>da</strong>, em parte, a Giedion, que considerava que todo objeto pode<br />

ser “estético”, isto é, pode ser estu<strong>da</strong>do a partir de suas relações com o<br />

aparelho perceptivo humano. Considerando seriamente esse ensinamen-<br />

to, McLuhan considera como “meio” todo objeto, artefato ou dispositivo<br />

que mantém uma relação com o sensorium humano. Não são os meios de<br />

comunicação, no sentido estrito do termo (imprensa, rádio, televisão...),<br />

mas todos os artefatos técnicos que prolongam as funções, facul<strong>da</strong>des ou<br />

órgãos humanos. Assim, o vestuário, a estra<strong>da</strong> ou a ro<strong>da</strong> são meios de<br />

comunicação que têm “efeitos” psicológicos e sociais muito importantes.<br />

Sob este viés, a análise <strong>da</strong>s mídias teve como efeito inesperado a substi-<br />

tuição do corpo no centro <strong>da</strong> análise em certos autores que reivindicam<br />

McLuhan, considerando, assim, que a “última lição de Marshal é que o<br />

corpo é o meio e que é nosso principal trunfo” (COUPLAND, 2009, 232).<br />

A dívi<strong>da</strong> de McLuhan em relação ao new criticism 4 merece ser igual-<br />

mente menciona<strong>da</strong>, pois permite compreender com mais clareza o mé-<br />

todo, na esfera <strong>da</strong> forma e do conteúdo. O new criticism emerge, nos<br />

anos 1930, no campo <strong>da</strong> crítica literária britânica e americana. Sem ter<br />

a coesão de uma “escola”, seus pilares elaboram e compartilham um dis-<br />

curso e uma prática fun<strong>da</strong>dos na poesia e que se opõe à crítica filológica<br />

e histórica. Esta última analisava as obras, a partir de um interesse quase<br />

exclusivo no conteúdo do texto, pelo viés de uma hermenêutica textual<br />

aplica<strong>da</strong> à poesia. Assim: “a tarefa do crítico é, portanto, realizar ‘o exame<br />

mais estrito possível <strong>da</strong>quilo que o poema diz como poema’” (MACEY,<br />

4. Mantivemos no texto o sintagma inglês para evitar, na tradução, a confusão<br />

com a nouvelle critique francesa. O new criticism é anglo-saxão e anterior à nou-<br />

velle critique, que emergiu, na França, a partir <strong>da</strong>s obras de Roland Barthes no<br />

início dos anos 1960.<br />

Conhecimento empírico crítico: extensões de • 205<br />

McLuhan na comunicação • 205

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!