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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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McLuhan preconizou uma abor<strong>da</strong>gem pioneira e inédita em análise<br />

dos meios de comunicação, num momento em que a <strong>pesquisa</strong> em comu-<br />

nicação se ampliava em direções radicalmente diferentes. Sua primei-<br />

ra monografia, The Mechanical Bride. Folklore of Industrial Man (1951),<br />

constitui, em muitos sentidos, uma anomalia (à qual voltaremos) na eco-<br />

nomia geral de sua obra. The Gutenberg Galaxy. The Making of the Typo-<br />

graphic Man (1962) analisa as transformações culturais após a invenção<br />

<strong>da</strong> imprensa. A obra será segui<strong>da</strong>, em 1964, pelo já clássico Understan-<br />

ding Media. The Extensions of Man. Frequen<strong>tem</strong>ente, o subtítulo de suas<br />

obras é muito eloquente e permite apreender, ver<strong>da</strong>deiramente, a tese<br />

que será desenvolvi<strong>da</strong>. Com The Medium is the Massage 3 . An Inventory of<br />

Effects, publicado em 1967 em colaboração com Quentin Fiore, o fato de<br />

que as mídias eletrônicas não sejam mais a extensão de um sentido único<br />

(como o livro era uma extensão do olho ou a linguagem, <strong>da</strong> orelha), mas<br />

do sis<strong>tem</strong>a nervoso humano em seu conjunto <strong>tem</strong> consequências muito<br />

importantes. A abolição <strong>da</strong> concepção linear do espaço e do <strong>tem</strong>po é um<br />

aspecto essencial para McLuhan. Encontramo-nos, a partir <strong>da</strong>í, em uma<br />

época do pós-impresso. No entanto, não constitui um paradoxo que seja<br />

através de um livro impresso ricamente ilustrado por Quentin Fiore que<br />

McLuhan anuncie a morte do livro (MACEY, 2001).<br />

O sucesso do autor canadense com o grande público seria consequ-<br />

ência, segundo Winter e Goldman (1989, 99), <strong>da</strong> “teologia secular <strong>da</strong><br />

tecnologia eletrônica”. Estes dois autores elaboraram seu artigo de 1989<br />

numa conjuntura caracteriza<strong>da</strong> por uma on<strong>da</strong> de avaliação <strong>da</strong>s obras de<br />

3. Segundo Eric McLuhan, filho do autor canadense, o título original do<br />

livro era The Medium is the Message. Foi depois de um erro tipográfico do<br />

impressor, que trocou um “e” por um “a”, que o título mudou e, consequen-<br />

<strong>tem</strong>ente, Marshall McLuhan sugeriu um jogo de palavras entre “message”,<br />

“massage” e “mass age”, remetendo à ideia do primado dos meios de comu-<br />

nicação.<br />

Conhecimento empírico crítico: extensões de • 203<br />

McLuhan na comunicação • 203

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