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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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A explicação desta constatação, porém, não os coloca, do lado <strong>da</strong><br />

economia, sobre a qual passam rapi<strong>da</strong>mente, mas antes do lado de uma<br />

análise <strong>da</strong>s características <strong>da</strong> tecnologia. Eles se deixam seduzir pelas<br />

possibili<strong>da</strong>des fascinantes que os TIC abrem para a educação. E consi-<br />

deram a televisão, por exemplo, como uma porta aberta para o mundo,<br />

um instrumento fantástico de interação e de criação que revolucionará o<br />

ensino tradicional:<br />

“A televisão aju<strong>da</strong>rá os estu<strong>da</strong>ntes a explorar e interagir com um am-<br />

biente de longo alcance. Permitirá a eles, por exemplo, examinar o átomo ou o<br />

espaço; ver suas próprias on<strong>da</strong>s cerebrais; criar padrões artísticos de luz e som;<br />

envolver-se com velhos ou novos modos desconhecidos de viver, sentir, perce-<br />

ber; comunicar-se com outros aprendizes, onde quer que eles possam estar”.<br />

Um livro recente, publicado por um <strong>pesquisa</strong>dor francês (Desmurget,<br />

2011) conclui que a televisão <strong>tem</strong> efeitos similares à lobotomia! Mas<br />

deixemos de lado esta antiga querela sobre os efeitos <strong>da</strong> televisão.<br />

A tecnologia não é, no entanto, o único fator em causa nem mes-<br />

mo, de modo surpreendente, em McLuhan, o fator principal. Devemos<br />

considerar a influência de Leonardo, que se define, sobretudo, como um<br />

pe<strong>da</strong>gogo? Seja qual o motivo, é a definição dos papéis na relação pe-<br />

<strong>da</strong>gógica que é apresenta<strong>da</strong> como fator determinante para o futuro do<br />

sis<strong>tem</strong>a educacional:<br />

“A própria tecnologia que grita agora por um novo modo de edu-<br />

cação cria meios de obtê-la. Mas os dispositivos educacionais, embora<br />

importantes, não são tão centrais para a escola de amanhã como os novos<br />

papéis de estu<strong>da</strong>ntes e professores. Ci<strong>da</strong>dãos do futuro terão menos ne-<br />

cessi<strong>da</strong>de de semelhança de função ou visão. Ao contrário, serão recom-<br />

pensados pela diversi<strong>da</strong>de e originali<strong>da</strong>de”.<br />

Ao contrário <strong>da</strong> concepção de Innis, a concepção de McLuhan <strong>da</strong><br />

educação enfatiza o jogo, o prazer e a criativi<strong>da</strong>de: “Se o estu<strong>da</strong>nte do<br />

futuro pode ser comparado à criança que brinca, ele também se asseme-<br />

lha ao artista que trabalha”. Ain<strong>da</strong> se está longe <strong>da</strong> pe<strong>da</strong>gogia do esforço<br />

emancipador!<br />

196 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

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