12.04.2013 Views

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

esolução do problema que a motivou, mas também a ampliação <strong>da</strong> com-<br />

preensão que se <strong>tem</strong> do problema ou, ain<strong>da</strong>, a sugestão de novas questões<br />

a serem investiga<strong>da</strong>s. É em razão disso que os ver<strong>da</strong>deiros <strong>pesquisa</strong>dores<br />

não fazem <strong>pesquisa</strong> ad hoc, mas a fazem pela vi<strong>da</strong> afora. O conhecimento<br />

está em um continnum, cuja origem e cujo fim nos serão eternamente<br />

desconhecidos.<br />

Além <strong>da</strong> divisão entre <strong>pesquisa</strong> teórica ou fun<strong>da</strong>mental e <strong>pesquisa</strong> apli-<br />

ca<strong>da</strong>, Chizotti (1991, p. 27) apresentou o seguinte quadro de tipos de<br />

<strong>pesquisa</strong>: a descritiva, que se restringe à descrição dos fatos; a analítica,<br />

que faz análises interpretativas dos <strong>da</strong>dos e extrai conclusões; a quanti-<br />

tativa, assim chama<strong>da</strong> devido ao suporte em medi<strong>da</strong>s e cálculos men-<br />

suráveis que utiliza; a qualitativa, que ressalta as significações que estão<br />

conti<strong>da</strong>s nos atos e práticas; a nomotética, que <strong>tem</strong> o intuito de extrair as<br />

leis (nomos) <strong>da</strong> regulari<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> ocorrência dos fatos observados para<br />

generalizar. As <strong>pesquisa</strong>s analíticas podem ser subdividi<strong>da</strong>s de acordo<br />

com o método de abor<strong>da</strong>gem analítica que utilizam: comparativa, históri-<br />

ca, funcional, estrutural, sistêmica, dialética. Podem, ain<strong>da</strong>, ser classifica<strong>da</strong>s<br />

de acordo com seus objetivos, por exemplo, a <strong>pesquisa</strong> clínica, que estu<strong>da</strong><br />

determinados casos individuais, visando a um julgamento e uma pres-<br />

crição, e a <strong>pesquisa</strong>-intervenção, que se baseia na relação participante do<br />

processo de análise e mu<strong>da</strong>nça psicossociológica.<br />

Uma outra divisão dos tipos de <strong>pesquisa</strong>s e os procedimentos neces-<br />

sários para realizá-las foram apresentados por Demo (1985, p. 23-26): a<br />

teórica, a metodológica, a <strong>empírica</strong> e a prática. A teórica coincide em alguns<br />

pontos com a que foi, acima, chama<strong>da</strong> de fun<strong>da</strong>mental. A metodológica se<br />

refere à reflexão sobre os métodos que direcionam a <strong>pesquisa</strong> científica,<br />

os modos de <strong>pesquisa</strong>r, a problematização <strong>da</strong>s vias do conhecimento. A<br />

“construção de propedêutica <strong>da</strong> descoberta <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de”. O cultivo de<br />

uma atitude típica diante <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, nos diz Demo, isto é, “<strong>da</strong> atitude<br />

<strong>da</strong> dúvi<strong>da</strong>, de crítica, de in<strong>da</strong>gação rodea<strong>da</strong> de cui<strong>da</strong>dos para não sermos<br />

ingênuos, crédulos, apressados”, é questão fun<strong>da</strong>mentalmente metodoló-<br />

gica. A falta de reflexão bem informa<strong>da</strong> sobre ela redun<strong>da</strong> em um tipo de<br />

174 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!