12.04.2013 Views

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

3. Tipos de <strong>pesquisa</strong><br />

Sem <strong>pesquisa</strong> não há ciência, de modo que a <strong>pesquisa</strong> é o mais legí-<br />

timo alimento <strong>da</strong> ciência. Para a explicitação dos tipos de <strong>pesquisa</strong>, deve<br />

ser considerado que, embora as definições de <strong>pesquisa</strong> coloquem ênfa-<br />

se na referência à reali<strong>da</strong>de <strong>empírica</strong> do conhecimento que a <strong>pesquisa</strong><br />

busca atingir, há <strong>pesquisa</strong>s que não têm na<strong>da</strong> a ver, diretamente, com a<br />

reali<strong>da</strong>de <strong>empírica</strong>. É o caso <strong>da</strong>s ciências formais, como é o caso <strong>da</strong>s pes-<br />

quisas teóricas que têm por função preencher lacunas no conhecimento,<br />

desven<strong>da</strong>r e construir quadros conceituais de referência. Há <strong>pesquisa</strong>s<br />

cuja função poderia estar, exclusivamente, na discussão de um conceito<br />

controverso dentro de uma determina<strong>da</strong> área de conhecimento.<br />

Dessa distinção entre <strong>pesquisa</strong>s teóricas e <strong>pesquisa</strong>s que visam a um<br />

conhecimento referenciado à reali<strong>da</strong>de <strong>empírica</strong>, advém a primeira gran-<br />

de divisão dos tipos de <strong>pesquisa</strong>, aliados à divisão principal <strong>da</strong>s ciências<br />

em fun<strong>da</strong>mentais e aplica<strong>da</strong>s. O que mobiliza a mente humana, nos di-<br />

zem Laville e Dionne (1999, p. 85), são problemas, a busca de um maior<br />

entendimento <strong>da</strong>s questões com que a reali<strong>da</strong>de nos desafia ou a busca<br />

de soluções para problemas nela existentes. Para melhor conhecer, o ca-<br />

minho é a <strong>pesquisa</strong> fun<strong>da</strong>mental que <strong>tem</strong> por função aumentar a soma<br />

de saberes disponíveis, saberes estes que, em algum momento, nunca se<br />

sabe quando, serão utilizados para a solução de problemas empíricos. A<br />

história <strong>da</strong> ciência está cheia de exemplos dessa espécie.<br />

Nessa medi<strong>da</strong>, a <strong>pesquisa</strong> fun<strong>da</strong>mental visa criar quadros teóricos de<br />

referência e mantê-los, tanto quanto possível, livres dos malententidos e<br />

<strong>da</strong>s anemias que a impaciência e negligência teóricas costumam produ-<br />

zir. Sem bons quadros teóricos de referência, <strong>pesquisa</strong>s aplica<strong>da</strong>s ficam<br />

debilita<strong>da</strong>s, de modo que, na <strong>pesquisa</strong>, não pode haver na<strong>da</strong> mais prático<br />

do que uma boa teoria.<br />

A motivação principal <strong>da</strong>s <strong>pesquisa</strong>s aplica<strong>da</strong>s, por seu lado, está na<br />

sua contribuição para resolver um problema. Para tal, ela aplicará conhe-<br />

cimentos já disponíveis, mas <strong>da</strong>s aplicações podem resultar não apenas a<br />

Pesquisa <strong>empírica</strong> e o campo aca<strong>da</strong>mêmico <strong>da</strong> comunicação • 173

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!