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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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acterísticas que são a experimentação e a ma<strong>tem</strong>atização, duas formas do<br />

operatório, a ciência passou a recusar o saber livresco e especulativo <strong>da</strong> es-<br />

colástica para reafirmar o poder operativo e preditivo <strong>da</strong> ciência moderna.<br />

Foi, a partir do século XVII, quando se deu o nascimento <strong>da</strong> ciência<br />

moderna, que surgiram as primeiras formulações sobre o fun<strong>da</strong>mento<br />

do conhecimento, na oposição entre o racionalismo, associado principal-<br />

mente aos nomes de Descartes e Leibniz, de um lado, e o empiricismo, de<br />

outro, ligado aos nomes de F. Bacon e dos ingleses, Locke e Hobbes, cul-<br />

minando no empiricismo radical de Hume. “A ciência baconiana trazia<br />

implícito o conhecimento prático, baseado na experimentação do tipo<br />

tentativa e acerto. Esta última exigia uma investigação intencional do com-<br />

portamento <strong>da</strong> matéria em situações novas” (CHALMERS, 1994, p. 44).<br />

A aceleração no desenvolvimento <strong>da</strong>s ciências do século XIX em<br />

diante incorporou as ciências humanas – sociologia, psicologia, antropo-<br />

logia, economia etc. – no panteão <strong>da</strong>s ciências e to<strong>da</strong>s elas, exatas, natu-<br />

rais e humanas, passaram a se dividir, basicamente, em ciências puras e<br />

aplica<strong>da</strong>s. Nas primeiras, o conhecimento é buscado pelo conhecimento,<br />

sem interesse na obtenção de resultados por mais proveitosos que es-<br />

ses possam ser. As ciências aplica<strong>da</strong>s diferem <strong>da</strong>s puras apenas nos seus<br />

objetivos, pois, nas aplica<strong>da</strong>s, são estu<strong>da</strong>dos métodos e teorias que têm<br />

relevância para determina<strong>da</strong>s aplicações (DA COSTA, 1997. p. 30).<br />

Outra divisão importante é aquela que se dá entre as ciências formais,<br />

nas quais o conhecimento é intuitivo, racional e formal, obtido através<br />

do raciocínio dedutivo, e as ciências <strong>empírica</strong>s, nas quais, além do conhe-<br />

cimento discursivo, obtido pela dedução e indução, há também aquele<br />

que é obtido através <strong>da</strong> observação e experimentação que se fun<strong>da</strong>m na<br />

percepção sensorial.<br />

Assim, segundo Newton <strong>da</strong> Costa, a experiência é fun<strong>da</strong>mental nas<br />

ciências <strong>empírica</strong>s, pois elas são sínteses de criação racional, de observa-<br />

ção e de experimentação, nas quais razão e experiência se fundem. Nas<br />

ciências <strong>empírica</strong>s<br />

Pesquisa <strong>empírica</strong> e o campo aca<strong>da</strong>mêmico <strong>da</strong> comunicação • 171

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