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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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de “relações humanas”; o marketing, antes restrito ao produto, hoje, re-<br />

cobrindo a imagem <strong>da</strong> própria empresa; os meios políticos inteiramen-<br />

te entregues ao marketing político e à imagem de marca; a imprensa, o<br />

audiovisual e a edição nos quais a rubrica <strong>da</strong> comunicação floresce; as<br />

psicoterapias que se pretendem comunicativas, e até as ciências exatas<br />

– física e biologia – estão contamina<strong>da</strong>s pelo vocábulo “comunicação”.<br />

Além de a comunicação ter invadido metaforicamente o conjunto<br />

<strong>da</strong>s ciências humanas e <strong>da</strong>s práticas políticas, sociais, culturais e eco-<br />

nômicas, recordemos, ain<strong>da</strong>, dizia Sfez (ibid., p. 28-29), que a biologia<br />

genética origina-se no modelo de transmissão codifica<strong>da</strong> de uma men-<br />

sagem (ADN); que a ciência ecológica ou etológica nutre-se de imagens<br />

comunicacionais; que as neurociências tomam seu conteúdo de referên-<br />

cia de empréstimo à conexão (esses permutadores cerebrais de mensa-<br />

gens invisíveis). Enfim,<br />

to<strong>da</strong>s as tecnologias de vanguar<strong>da</strong>, <strong>da</strong>s biotecnologias à inteligência<br />

artificial, do audiovisual ao marketing e à publici<strong>da</strong>de,<br />

enraízam-se num princípio único: a comunicação. Comunicação<br />

entre o homem e a natureza (biotecnologia), entre<br />

os homens na socie<strong>da</strong>de (audiovisual e publici<strong>da</strong>de), entre o<br />

homem e seu duplo (a inteligência artificial); comunicação<br />

que enaltece o convívio, a proximi<strong>da</strong>de ou mesmo a relação de<br />

amizade (friendship) com o computador (SFEZ, 1994, p. 21).<br />

Na época em que Sfez escreveu sua Crítica <strong>da</strong> comunicação, as redes<br />

teleinformáticas não haviam ain<strong>da</strong> explodido e abraçado o globo com uma<br />

teia de conexões, nem as questões <strong>da</strong> globalização político-econômica e <strong>da</strong><br />

mundialização <strong>da</strong> cultura haviam entrado, na ordem do dia, de modo que,<br />

ao acrescentarmos esses novos fenômenos à lista de Sfez, a imagem proli-<br />

ferante <strong>da</strong> comunicação se torna ain<strong>da</strong> mais tentacular.<br />

Embora não sis<strong>tem</strong>ático, o contato que tenho tido com os <strong>pesquisa</strong>-<br />

dores brasileiros, especialmente por meio de suas publicações – com todos<br />

os louros devidos às publicações <strong>da</strong> <strong>Intercom</strong>, que <strong>tem</strong> mantido, ao longo<br />

Pesquisa <strong>empírica</strong> e o campo aca<strong>da</strong>mêmico <strong>da</strong> comunicação • 169

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