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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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trata-se <strong>da</strong> análise do habitus dos atores sociais, os sis<strong>tem</strong>as de dispo-<br />

sição que são o resultado do percurso e do posicionamento de ca<strong>da</strong> um<br />

dos ocupantes de um determinado campo. Essa é a história <strong>da</strong>s posições<br />

e toma<strong>da</strong>s de posição dos sujeitos sociais. Esses sujeitos sociais seguem<br />

uma trajetória social que é plena de sentido no estudo dos campos sociais.<br />

Enfim, nós podemos estabelecer esses três níveis de análise <strong>da</strong> se-<br />

guinte maneira: o grau de autonomia do campo estu<strong>da</strong>do em relação aos<br />

outros campos sociais; seu funcionamento interno com a hierarquia real<br />

entre os sujeitos sociais, e a maneira pela qual esses sujeitos atingem<br />

posições diferencia<strong>da</strong>s. O funcionamento do campo social está no centro<br />

desse tipo de análise. Portanto, o ponto de vista pode se situar do lado do<br />

campo (objeto) ou do lado do habitus (sujeito). O funcionamento social<br />

sob a ótica do habitus revela a dialética <strong>da</strong>s posições e <strong>da</strong>s toma<strong>da</strong>s de<br />

posição dos sujeitos sociais.<br />

Assim, completam-se as abor<strong>da</strong>gens do círculo de significação.<br />

Partiu-se <strong>da</strong> análise do contrato de leitura, proposto por Eliséo Veron.<br />

Porém, visto o impacto <strong>da</strong>s organizações na esfera pública, buscou-se<br />

criar um outro patamar de análise, recorrendo à hermenêutica de Paul<br />

Ricoeur, o círculo de semiotização geral, baseado nas mímesis de Aris-<br />

tóteles. Nessa perspectiva, dois processos foram evidenciados: um, o de<br />

transformação (ad-intra, contrato de leitura) e, outro, ad-extra, contrato<br />

institucional, formando o contrato de comunicação.<br />

O apelo as duas abor<strong>da</strong>gens – uma de cunho semiológico e outra de<br />

cunho sociológico – mesmo oriun<strong>da</strong>s de domínios diferentes, to<strong>da</strong>s as<br />

duas par<strong>tem</strong> de análises comparativas, relacionais. O sentido é construí-<br />

do pela relação ou interação. Do lado dos sujeitos discursivos (ad-intra),<br />

o sentido é engendrado pela relação no interior do ato de enunciação e de<br />

sua comparação entre suportes, no interior de uma zona de concorrência;<br />

de lado dos sujeitos sociais, no interior de um campo (mobilizado por<br />

um capital), em posições desiguais, constroem igualmente sentido numa<br />

disputa que explicitam uma relação de poder e de sentido.<br />

Pesquisa <strong>empírica</strong> e o campo aca<strong>da</strong>mêmico <strong>da</strong> comunicação • 165

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