12.04.2013 Views

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

leitor, que – pela interpretação – fará a sua refiguração ou interpretação,<br />

a partir do ‘Mundo configurado’, <strong>da</strong> notícia. Porém, todo esse círculo de<br />

significação sofre influência <strong>da</strong> relação estabeleci<strong>da</strong> no âmbito extradis-<br />

cursivo entre o jornal e o leitor. É por isso que uma mesma notícia não<br />

<strong>tem</strong> o mesmo impacto, mesmo sendo construí<strong>da</strong> de forma idêntica, em<br />

jornais diferentes. Essa diferença não é só causa<strong>da</strong> pelos discursos pre-<br />

cedentes, mas também pela existência extradiscursiva, além dos sujeitos<br />

enunciativos analisados no suporte imprensa.<br />

Essa démarche analítica evidencia que o suporte imprensa (produto)<br />

não é o único elo estabelecido com os leitores, que se faz presente na<br />

esfera pública. Na esfera pública atual, as empresas são atores ca<strong>da</strong> vez<br />

mais presentes, enquanto tais, apenas viam seus produtos. Elas ocupam<br />

um espaço que outrora era ocupado, sobretudo, pelo Estado, sindica-<br />

tos, instituições caritativas. A empresa, enquanto tal, é igualmente uma<br />

presença na relação com leitores e não-leitores de seus suportes de im-<br />

prensa. Atualmente, o planejamento estratégico <strong>da</strong>s empresas busca uma<br />

relação múltipla com o público, a começar pela gestão de sua própria<br />

imagem. O planejamento <strong>da</strong> comunicação organizacional ou empresa-<br />

rial com seus inúmeros públicos (externo, interno, fornecedores...) ocu-<br />

pa ca<strong>da</strong> vez mais um espaço no planejamento geral <strong>da</strong>s empresas. 18<br />

Assim, observa-se que o contrato de leitura é fun<strong>da</strong>mental na relação<br />

jornal-leitor, porém, com as considerações feitas, esboça-se um panora-<br />

ma analítico mais amplo que pode enriquecer o estudo desse contrato<br />

(leitura). Logo, as explicações do sucesso ou insucesso de jornais em con-<br />

corrência ultrapassam a relação articula<strong>da</strong> no interior do produto, supor-<br />

te imprensa no caso. Diante <strong>da</strong>s características do contrato de leitura,<br />

18. Ver entre outras: FLORIS, Bernard, La communication managérale – La<br />

modernisation symbolique des entreprises, Grenoble, PUG, 1996. SEMPRINI,<br />

Andrea, Le marketing de la marque, Paris, Editions Liaisons, 1992. FLOCH,<br />

Jean-Marie, Sémiotique, marketing et communication, Paris, PUF, 1990.<br />

Pesquisa <strong>empírica</strong> e o campo aca<strong>da</strong>mêmico <strong>da</strong> comunicação • 161

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!