12.04.2013 Views

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

mensagens, parâmetro para se pensar sua organização na produção e na<br />

recepção, e não o código que outrora servia de pedra angular para bali-<br />

zar a interpretação. A resistência ao estruturalismo busca desviar do con-<br />

ceito de estrutura, <strong>da</strong> noção de código, ficando diante do agenciamento<br />

<strong>da</strong>s mensagens provenientes <strong>da</strong> história e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. Eis algumas<br />

questões que norteiam muitas <strong>pesquisa</strong>s <strong>empírica</strong>s no novo estágio de<br />

estudo discursivo: Como operar configurações, como se <strong>da</strong>r conta dos<br />

agenciamentos <strong>da</strong>s mensagens que se busca analisar? Qual é a natureza<br />

<strong>da</strong>s regras operatórias que as mensagens constroem ao longo do <strong>tem</strong>po? 6<br />

Nesse contexto que aparece a problemática <strong>da</strong> enunciação, tornando<br />

possíveis três avanços: (1) a definição de novos parâmetros de análise,<br />

(2) o estabelecimento de novas relações – para se pensar certo tipo de<br />

matéria significante, a fotografia, por exemplo, e a relação entre diferen-<br />

tes matérias significantes e, sobretudo, (3) a articulação <strong>da</strong>s mensagens<br />

analisa<strong>da</strong>s e o ambiente sociocultural. 7<br />

A enunciação desloca igualmente, no interior <strong>da</strong> linguística, a pro-<br />

blemática estabeleci<strong>da</strong> de maneira diacrônica para uma perspectiva<br />

sincrônica acerca <strong>da</strong> apropriação <strong>da</strong> língua, <strong>da</strong> produção de mensagens.<br />

Como o sujeito falante se apropria <strong>da</strong> língua? Como o enunciador e o<br />

destinatário estabelecem relação a partir do ato de linguagem? Tais ques-<br />

tões posicionam a problemática para a maneira de dizer, distanciando-<br />

-se, nesse caso, do o que é dito, que for<strong>tem</strong>ente marcou certos estudos<br />

empíricos semânticos e pragmáticos e, principalmente, no domínio dos<br />

estudos comunicacionais, pela influente análise de conteúdo que marcara<br />

os trabalhos de dissecação de jornais, durante várias déca<strong>da</strong>s. Diga-se<br />

de passagem, que os estudos de comunicação, em especial os estudos de<br />

6. VERON, E., “De l’image sémiologique aux discursivités”, in Hermes, nº 13-<br />

14, Paris, CNRS Éditions, 1994.<br />

7. Idem ibidem.<br />

Pesquisa <strong>empírica</strong> e o campo aca<strong>da</strong>mêmico <strong>da</strong> comunicação • 151

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!