Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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e este, por sua vez, empregado como um termo desqualificante. Muitos pesquisadores tomaram o combate ideológico como finalidade da pesquisa. Qualquer tentativa de discutir realidades empíricas sem o crivo de uma interpretação política foi, sistematicamente, vigiada e combatida (Ber- ger, 1999), pois se acreditava que representavam um descompromisso com o social e, consequentemente, eram a expressão de uma ideologia “dominante”. Para toda uma época, o próprio sentido de “fazer pesquisa” sofreu severas restrições. Mesmo do lado daqueles que investiam na pesquisa empírica, pois entendiam que isso deveria se dar como uma preocupação com o método ou sob a forma de um fortalecimento da teoria, a partir da importação de outras disciplinas. Em nossa opinião, vemos como muito bem-vinda a questão sobre a pesquisa empírica em comunicação. Como poucas, ela coloca diretamen- te o problema de um posicionamento em relação à ciência e, por conseguinte, a questão da autonomia do saber comunicacional. Ela aparece como um fortalecimento necessário frente a uma crescente dispersão e desintegração de nossa área de conhecimento. Referências Anderson, James A. Communication Research: issues and methods. McGraw-Hill, N.Y, 1987. Berger, Charles R. “Por que Existem tão poucas Teorias da Comunicação?”, in Martino, L.C. (org.) – Teorias da Comunicação: Poucas ou Muitas? Ateliê. São Paulo, 2007. Berger, Christa – “Crítica, Perplexa, de Intervenção e de Denúncia: a pesquisa já foi assim na América Latina”, in Intexto, n.6, 1999. Disponível em http://www.intexto.ufrgs.br/v6n6/av6n6a3.htm. 146 • Quem tem medo de pesquisa empírica?
Bernard, Paul. « L’insignifiance des “données” : bref essai contre la stigmatisation positiviste », in Sociologie et sociétés, vol. 14, n° 1, 1982, p. 65-82, http://id.erudit.org/iderudit/006767ar Boyd-Barret Oliver, Theory in Media Resarch, in Hansen, Anders (ed.) Mass Communication Research Methods. Sage, London, 2009. Braga, José Luiz. “Nem Rara, Nem Ausente – Tentativa”, in Anais do XIX Encontro da Compós. Rio de Janeiro, 2010. http:// www.compos.org.br/data/biblioteca_1506.doc Bougnoux, Daniel. Introdução às Ciências da Comunicação. Edusc. Bauru, 1999. Brown, Robert. La explicación en las ciencias sociales. Periferia. Buenos Aires, 1972. Bruyne, Paul de et. al. – Dinâmica da pesquisa em Ciências Sociais. Francisco Alves. Rio de Janeiro, 1977. Chalmers, A. F. O que é a Ciência Afinal? Brasiliense. São Paulo, 1993. Craig, Robert T. “Communication theory as a field”. Communication Theory, 9(2), 1999, p.119-161. Freund, Julien. « De l’Interprétation dans les Sciences Sociales », Cahiers Internationaux de Sociologie. PUF, Paris, 1978, vol. LXV. Frey, Laurence; Botan, Carl H.; Friedman, Paul G.; Kreps, Gary L. Interpreting Communication Research: a case study approach. Prentice Hall. Englewood Cliffs, New Jersey, 1992. Hamilton, Sheril N. “Considering Critical Communication Studies in Canada”, in Attallah, P.; Shade, Regan (eds.) Mediascapes: New Patterns in Canadian Communication. 2 nd ed. Thompson & Nelson, 2006, p.9-27. Pesquisa empírica e o campo acadamêmico da comunicação • 147
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