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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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aplicado à práxis, ação refém <strong>da</strong> experimentação. “Sua principal finali<strong>da</strong>de é<br />

responder às perguntas coloca<strong>da</strong>s acerca de fenômenos, procurando aumentar<br />

o grau de conhecimento existente.” (Dencker e Da Viá, 2001, p. 66)<br />

Produtos <strong>da</strong> coleta de <strong>da</strong>dos factuais, documentados e sis<strong>tem</strong>atiza-<br />

dos, as fontes <strong>empírica</strong>s se conver<strong>tem</strong> em instrumentos fun<strong>da</strong>mentais<br />

para análise de tendências e formulação de previsões, como ensinou Flo-<br />

restan Fernandes (1967, p. 13), ao dizer que “o tratamento analítico dos<br />

fenômenos estu<strong>da</strong>dos alarga o campo de observação, tornando evidentes<br />

os aspectos <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de social”.<br />

Na mesma linha de raciocínio, o texto de Antonio Hohlfeldt, atual<br />

presidente <strong>da</strong> INTERCOM, “É possível a <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong> num país<br />

preconceituoso e de tradição escravagista?”, é enfático, ao combater o exe-<br />

cesso de teorias que não trazem aprofun<strong>da</strong>mentos aos assuntos discu-<br />

tidos, atualmente, pelas universi<strong>da</strong>des. No seu entender, o vazio teorico<br />

mantém o país refém <strong>da</strong> tecnologia importa<strong>da</strong>. “Continuamos pagando<br />

royalties enormes para a utilização de tecnologias presentes em nosso coti-<br />

diano, na medi<strong>da</strong> em que preferimos as elucubrações apenas teóricas, sem<br />

qualquer preocupação com a aplicabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s mesmas e sua necessária<br />

apropriação pela socie<strong>da</strong>de, que paga para que tais estudos e <strong>pesquisa</strong>s<br />

sejam desenvolvidos”. Em linhas gerais, Hohlfeldt defende uma revisão<br />

do conceito de <strong>pesquisa</strong> e uma maior valorização <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>.<br />

Já o <strong>pesquisa</strong>dor lusitano Jorge Pedro Sousa, direciona sua abor<strong>da</strong>-<br />

gem sobre a <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong> no jornalismo português, ao mapear as<br />

publicações de livros portuguesas que não só tratam dos vários tipos de<br />

<strong>pesquisa</strong>s desenvolvi<strong>da</strong>s nas universi<strong>da</strong>des lusitanas, mas que têm o estu-<br />

do do jornalismo como objeto de <strong>pesquisa</strong> e análise.<br />

Seu objeto de atenção, neste trabalho, foi detectar até que ponto os<br />

<strong>pesquisa</strong>dores portugueses, <strong>da</strong> área de Jorrnalismo, recorrem a estratégias<br />

metodológicas <strong>empírica</strong>s e não-<strong>empírica</strong>s, a fim de responder ao seguin-<br />

te questionamento: “serão os <strong>pesquisa</strong>dores portugueses em jornalismo<br />

avessos à investigação <strong>empírica</strong>?”<br />

14 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

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