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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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forma de uma redução às estruturas do poder – procedimentos que asse-<br />

guram uma base <strong>empírica</strong> para o estudo <strong>da</strong> comunicação –, isso exige, no<br />

entanto, uma toma<strong>da</strong> de posição frente a algumas opções epis<strong>tem</strong>ológi-<br />

cas cruciais sobre o significado dessas conversões, visto suas importan-<br />

tes consequências tanto para a significação teórica dos achados empíricos<br />

quanto para a própria caracterização <strong>da</strong> área de estudo.<br />

Essa conversão pode ser entendi<strong>da</strong> como:<br />

a) Uma tradução (ou redução metodológica), um expediente metodo-<br />

lógico necessário para viabilizar a observação ou para <strong>da</strong>r tratamento ao<br />

processo de comunicação. Por exemplo, os processos comunicacionais<br />

podem ser expressos pelo comportamento: efeito <strong>da</strong> campanha eleitoral<br />

sobre o comportamento de voto, efeito <strong>da</strong> publici<strong>da</strong>de e a compra de uma<br />

mercadoria, influência <strong>da</strong> circulação <strong>da</strong> informação científica e a adoção<br />

de uma nova tecnologia, relação entre a difusão de crítica de arte e a<br />

frequentação de cinema etc. Nesse sentido, ela pressupõe uma conversão<br />

que pode ser desfeita e que deve ser desfeita no momento <strong>da</strong> interpretação<br />

dos resultados finais, pois os <strong>da</strong>dos não coincidem exatamente com o fe-<br />

nômeno estu<strong>da</strong>do, apenas o representam. Logo, eles deman<strong>da</strong>m atenção<br />

e cui<strong>da</strong>do para que os procedimentos metodológicos que garantiram a<br />

observação (conversão <strong>da</strong> comunicação ao comportamento) não tomem<br />

o lugar do objeto de estudo: a comunicação não é o comportamento.<br />

b) Outra opção é tomá-la como uma identificação. Por exemplo, os<br />

processos de comunicação são os processos mentais. Estaríamos apenas dian-<br />

te de sinônimos. Como tal, não <strong>tem</strong> importância para nós, salvo se, para além<br />

do fator linguístico, seja <strong>da</strong><strong>da</strong> uma interpretação ontológica a essa identifica-<br />

ção. Então, ela pode assumir o valor de redução, como veremos em segui<strong>da</strong>.<br />

c) Entender os processos de comunicação como passíveis de serem<br />

reduzidos aos processos mentais, comportamento etc. constitui uma op-<br />

ção que implica uma afirmação ontológica sobre a natureza do real. Isso<br />

Pesquisa <strong>empírica</strong> e o campo aca<strong>da</strong>mêmico <strong>da</strong> comunicação • 137

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