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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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valores. Eles são a fonte <strong>da</strong> confusão positivismo com o empirismo. Nes-<br />

sa forma filosófica, a questão do <strong>da</strong>do empírico fica largamente limita-<br />

<strong>da</strong>, visto que não cumpre uma função no âmbito <strong>da</strong> explicação. Como<br />

qualquer outra concepção filosófica, o marxismo pode servir de quadro<br />

de referência para as <strong>pesquisa</strong>s científicas 6 , mas não deve ser confundi<strong>da</strong><br />

com a própria ciência.<br />

As reduções do processo de comunicação<br />

As apresentações, acima, eviden<strong>tem</strong>ente, só podem ser aproxima<strong>da</strong>s e<br />

incompletas. Contudo, a simples colocação <strong>da</strong> questão “o que seria o <strong>da</strong>do<br />

para os estudos de comunicação?” já nos permite uma observação importan-<br />

te: em geral, as <strong>pesquisa</strong>s em comunicação se debruçam sobre uma “ma-<br />

téria sensível” que não é o processo de comunicação. Isso coloca o pro-<br />

blema epis<strong>tem</strong>ológico de examinar os procedimentos dessa conversão 7 .<br />

Apressemo-nos em dizer, que se trata de um recurso válido e corrente<br />

em ciências humanas; mas, curiosamente, negligenciado, já que grande<br />

parte <strong>da</strong>s <strong>pesquisa</strong>s em comunicação elabora seus <strong>da</strong>dos empíricos sem<br />

<strong>da</strong>r atenção a essas conversões e sem discutir suas consequências para a<br />

abor<strong>da</strong>gem de seu objeto. Assim, se os processos de comunicação po-<br />

dem ser investigados sob a forma de processos mentais (atitude, memória,<br />

percepção, motivação) ou sob a forma de comportamento ou, ain<strong>da</strong>, sob a<br />

6. BRUYNE, Paul de et. al. Dinâmica <strong>da</strong> <strong>pesquisa</strong> em Ciências Sociais. Francisco<br />

Alves. Rio de Janeiro, 1977.<br />

7. Empregamos o termo conversão de forma genérica, para marcar algumas<br />

distinções de sentido nos processos de redução. Termo que é mais comum na<br />

literatura especializa<strong>da</strong> e que é não é tomado, aqui, em sua acepção negativa<br />

(eliminação, corte ou abstração, que deixa escapar o importante ou o essencial).<br />

136 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

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