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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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do capitalismo sobre a cultura, ou a substituição <strong>da</strong> cultura pela lógica do<br />

mercado e <strong>da</strong> exploração capitalista.<br />

Para os autores dessa orientação, trata-se de compreender os meca-<br />

nismos que impedem a realização <strong>da</strong> plenitude humana (como levanta<strong>da</strong><br />

na questão do trabalho em Marx). Os meios de comunicação aparecem<br />

como veículos <strong>da</strong> ‘Indústria Cultural’, são tecnologias de inculcação ide-<br />

ológica, responsáveis pela manutenção <strong>da</strong> ordem dominante. Ao lado<br />

do consumismo, os meios são vistos como excitantes externos, em parte<br />

como mercadorias, em parte como agentes ativos que visam à fideli<strong>da</strong>-<br />

de <strong>da</strong>s massas ao sis<strong>tem</strong>a produtivo. Eles também podem funcionar de<br />

modo menos explícito, por meio do incentivo de práticas de lazer, en-<br />

quanto divertimento, isto é, como distração dos reais problemas ou como<br />

compensação, uma válvula de escape, para aliviar as tensões gera<strong>da</strong>s pela<br />

pressão do sis<strong>tem</strong>a de produção.<br />

De certo que os meios não são mercadorias quaisquer, seu consumo ul-<br />

trapassa o âmbito <strong>da</strong> posse e do status <strong>da</strong> posse, trata-se de um consumo<br />

fugaz, imediato e propício à diversão ou à fixação <strong>da</strong> ideologia dominante.<br />

A materiali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> comunicação se dá, então, nos próprios meios, enquanto<br />

veículos de mensagens ideológicas ou, simplesmente, nessas últimas, já que a<br />

significação dos primeiros é deriva<strong>da</strong> <strong>da</strong>s ideologias que veiculam.<br />

Por isso, as práticas de consumo, o lazer como divertimento, a circu-<br />

lação de mensagens como distração ou reforço ideológico acabam sen-<br />

do equivalentes, no sentido que são manifestações ou veículos de uma<br />

instância maior, que encerram a significação última dos processos co-<br />

municacionais mediatizados: a dominação do homem pelo homem. São<br />

práticas do poder que obstaculizam a plena realização do ser humano.<br />

b) Estudos Culturais.<br />

Para essa corrente, o processo de comunicação ganha sua materiali-<br />

<strong>da</strong>de, a partir <strong>da</strong> ideia de que os polos de Emissão e de Recepção coin-<br />

cidem com o confronto entre classe dominante e classe domina<strong>da</strong>. A<br />

132 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

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