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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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que o <strong>da</strong>do não é uma prova 4 (ver<strong>da</strong>de metafísica), nem é uma pura ficção 5<br />

(uma construção exclusivamente humana). Nosso foco consiste em pro-<br />

curar entender as abor<strong>da</strong>gens do <strong>da</strong>do empírico em comunicação.<br />

Os <strong>pesquisa</strong>dores de nossa área provavelmente estariam de acordo<br />

com a afirmação de que o objeto que investigam não é um “ente imagi-<br />

nário”, uma ficção teórica, mas um ser existente, algo que está no mundo.<br />

Ou melhor, algo que, em parte, está no mundo (materiali<strong>da</strong>de do signo,<br />

mensagens, meios etc.) e que, em parte, dá-se como um processo mental.<br />

Também seria fácil admitir a necessi<strong>da</strong>de de uma base material para que<br />

ocorra o processo de comunicação. Até esse ponto, acredito que haveria<br />

grande consenso. Mas, o panorama mu<strong>da</strong>, rapi<strong>da</strong>mente, se perguntamos<br />

em que consis<strong>tem</strong> esses elementos materiais, que são a base para a obser-<br />

vação, e qual o seu valor para a reflexão em comunicação.<br />

Eviden<strong>tem</strong>ente, as respostas não podem mais coincidir, e isso <strong>tem</strong><br />

grande importância para nós, pois é sobre essa materiali<strong>da</strong>de que repou-<br />

sa a questão do <strong>da</strong>do empírico que queremos desenvolver. Apresenta-se,<br />

então, a questão de saber como as grandes correntes em comunicação se<br />

posicionam em relação a esse problema.<br />

Começaremos apresentando os modos de abor<strong>da</strong>gem e constituição<br />

do observável nas grandes correntes de <strong>pesquisa</strong>. Isso nos permitirá<br />

entender, em linhas gerais, o que constitui o <strong>da</strong>do empírico para ca<strong>da</strong><br />

uma delas.<br />

4. Para uma discussão <strong>da</strong> noção de prova ver Badi Kasm, L’Idée de Preuve en<br />

Métaphysique, 1959.<br />

5. Ver as críticas de Paul Bernard ao subjetivismo, « L’insignifiance des “don-<br />

nées”: bref essai contre la stigmatisation positiviste », 1982.<br />

128 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

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