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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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Representação do campo que apenas desdobra a clássica oposição,<br />

sugeri<strong>da</strong> por Lazarsfeld, entre <strong>pesquisa</strong> administrativa e <strong>pesquisa</strong> crítica,<br />

normalmente evoca<strong>da</strong> para opor uma corrente <strong>empírica</strong> a uma corrente<br />

marxista. Um debate que <strong>tem</strong> sido obstina<strong>da</strong>mente retomado em nossa<br />

área de estudo. Na síntese que faz dos principais impasses aí gerados,<br />

Sheryl Hamilton (2006, p. 14) aponta três discussões. a) A reivindicação<br />

de “superiori<strong>da</strong>de moral” de ambos os lados – os defensores de um viés<br />

crítico evocam a importância de suas <strong>pesquisa</strong>s; os que defendem um<br />

viés administrativo, de outra parte, asseguram que seus trabalhos esta-<br />

riam fun<strong>da</strong>dos em um conhecimento científico puro, sem ideologia. b)<br />

Uma querela sobre o empirismo tendo por base a falta de distinção entre<br />

empirismo e positivismo. c) E, em razão desta última, uma discussão<br />

mal coloca<strong>da</strong> em torno <strong>da</strong> metodologia, inclusive opondo esta à teoria.<br />

A autora conclui que o debate não é propriamente metodológico – am-<br />

bos os lados podem se servir dos mesmos métodos –, mas é de ordem<br />

ontológica e epis<strong>tem</strong>ológica (“em que consiste o mundo e como podemos<br />

conhecê-lo?”).<br />

Em nossa visão, esses três pontos estão entrelaçados e reme<strong>tem</strong> a um<br />

movimento comum, no qual, a seguir, tentaremos explicitar na sequên-<br />

cia desta apresentação. 1) Primeiramente, fazendo uma breve exposição<br />

sobre os modos de abor<strong>da</strong>gem e constituição do observável nas grandes<br />

correntes de <strong>pesquisa</strong>: o que constitui o <strong>da</strong>do empírico para elas? 2) Num<br />

segundo momento, examinaremos o fun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> materialização do<br />

processo de comunicação, faremos a análise <strong>da</strong>s reduções do processo<br />

comunicacional. 3) Para, finalmente, discutir suas implicações para nossa<br />

área de conhecimento.<br />

A Constituição do Observável<br />

Tendo-se em conta que nosso problema não é a possibili<strong>da</strong>de ou a<br />

utili<strong>da</strong>de de <strong>da</strong>dos empíricos em ciências sociais, nos limitaremos a dizer<br />

Pesquisa <strong>empírica</strong> e o campo aca<strong>da</strong>mêmico <strong>da</strong> comunicação • 127

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