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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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A possibili<strong>da</strong>de de inserir novas e novíssimas narrativas, de ‘re-inventar’<br />

o vocabulário, certamente, constitui para nós, <strong>pesquisa</strong>dores alinhados com<br />

o projeto de mu<strong>da</strong>nça social, em direção a uma socie<strong>da</strong>de marca<strong>da</strong> por bases<br />

mais justas e inclusivas, o projeto maior. To<strong>da</strong>s as experiências que trafegaram<br />

por esse projeto, como é ain<strong>da</strong> o caso <strong>da</strong> narrativa sobre os desempregados<br />

de Marienthal, devem servir de referência para essa metodologia que é larga-<br />

mente desenha<strong>da</strong> por Rorty em diversos escritos seus e, também, através de<br />

autores que buscam aplicar e desenvolver suas bases teóricas.<br />

É do próprio Rorty a explicação de que ”nós tendemos a identificar a<br />

ação de buscar ‘uma ver<strong>da</strong>de objetiva” como a ação de ‘usar a razão’ e, por<br />

isso, pensamos nas ciências naturais como paradigmas de racionali<strong>da</strong>de.<br />

Assim, nós pensamos a racionali<strong>da</strong>de como uma questão de seguir pro-<br />

cedimentos estipulados, antecipa<strong>da</strong>mente, como uma questão de sermos<br />

metódicos. Dessa forma, nós tendemos a usar os termos ‘metódico’ , ‘ra-<br />

cional’, ‘objetivo’ e ‘cientifico’ como sinônimos”. 17<br />

No cerne de to<strong>da</strong> a reflexão de Rorty, está o projeto de redescrição<br />

como uma metodologia capaz de produzir o que ele nomeia por “Ci-<br />

ência como Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de”, na medi<strong>da</strong> em que essa narrativa seja capaz<br />

de permitir uma identificação. Há exemplos bastante simples, ao longo<br />

de to<strong>da</strong> a sua obra, sobre a natureza dessa narrativa inclusiva que ele<br />

estabelece como proposta para o pragmatismo, que “<strong>tem</strong> sido chamado,<br />

afetuosamente, [por seus críticos] de ‘novo turvamento’, porque é uma<br />

tentativa de esvaecer justamente aquelas distinções entre o objetivo e o<br />

subjetivo, e entre o fato e o valor, que a concepção crítica <strong>da</strong> racionali<strong>da</strong>de<br />

desenvolveu.” E defende: “nós, turvos, gostaríamos de substituir a ideia<br />

de ‘objetivi<strong>da</strong>de’ pela de ‘concordância não força<strong>da</strong>’.” 18<br />

17. RORTY, Richard. Objetivismo, relativismo e ver<strong>da</strong>de. Rio de Janeiro,<br />

Relume Dumará, 2002, p 55<br />

18. IDEM, 59<br />

118 • <strong>Quem</strong> <strong>tem</strong> <strong>medo</strong> de <strong>pesquisa</strong> <strong>empírica</strong>?

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