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Quem tem medo da pesquisa empírica? - Portcom - Intercom

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com a cientifici<strong>da</strong>de. No capítulo sexto, intitulado “A Ciência como<br />

Modelo”, Vattimo trata de cinco tópicos que, segundo sua interpretação,<br />

conectam-se. Mostrando como a filosofia do século XIX era for<strong>tem</strong>ente<br />

marca<strong>da</strong> pelo domínio <strong>da</strong> técnica; ele argumenta que, se existiram cor-<br />

rentes filosóficas que não se colaram totalmente nessa relação, de uma<br />

maneira geral, to<strong>da</strong>s aceitaram o pressuposto <strong>da</strong> importância do pensa-<br />

mento científico (metódico, objetivo, desinteressado) como modelo. Essa<br />

já havia sido a premissa básica do positivismo (no século XVIII) e a<br />

corrente que insistiu, enormemente, nessa <strong>tem</strong>ática, no século XIX, foi o<br />

neopositivismo. A partir dessa reflexão, Vattimo elege como cinco tópi-<br />

cos deste capitulo: o neopositivismo ou empirismo lógico; o Circulo de<br />

Viena; Wittgenstein: do Tractatus aos jogos linguísticos; Popper: ciência<br />

e falsificação; e, finalmente, o retorno do pragmatismo.<br />

Aqui, interessa especificamente compreender o porquê de o Prag-<br />

matismo estar vinculado à questão <strong>da</strong> eficácia, <strong>da</strong> ciência, <strong>da</strong> técnica, do<br />

empirismo e do instrumentalismo. O empirismo e o positivismo flores-<br />

ceram, principalmente, na Inglaterra do século XVIII; a partir de 1930,<br />

o neopositivismo, com Wittgeinstein e Popper 13 , que foram capazes de<br />

deixar para trás as teses meramente fisicalistas. Sabemos que o neopositi-<br />

vismo <strong>tem</strong>, em comum com o positivismo, a ideia de que a única maneira<br />

de alcançar a Ver<strong>da</strong>de é partir <strong>da</strong> ciência positiva ou seja: experimentos,<br />

métodos rigorosos, repetição dos controles etc. Vattimo lembra que, en-<br />

tre o positivismo clássico e o neopositivismo, houve um período de<br />

mutações decisivas na ciência, dentre elas, a “Teoria <strong>da</strong> Relativi<strong>da</strong>de” e<br />

a geometria não-euclidiana, derrubando postulados <strong>da</strong> geometria eucli-<br />

diana, sobre a qual o conhecimento estava assentado. Um dos êxitos,<br />

desse período, é a ideia do convencionalismo, ou seja, a teoria segundo a<br />

13. Popper com a ideia central <strong>da</strong> cientifici<strong>da</strong>de como falsificação – ou seja,<br />

a preocupação em se prever possibili<strong>da</strong>des de desmentidos científicos - e<br />

Wittgenstein, que abriu a via <strong>da</strong> filosofia analítica.<br />

Pesquisa <strong>empírica</strong> e o campo aca<strong>da</strong>mêmico <strong>da</strong> comunicação • 115

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